O Globo
O Brasil surpreendeu e, debaixo de uma
tremenda pressão dos Estados Unidos, assinou o Compromisso Global do Metano com
outros 96 países, para reduzir em 30% as emissões desse gás, um dos maiores
responsáveis pelo aquecimento global, até 2030, partindo dos dados de 2020.
O governo brasileiro também aderiu ao
acordo para zerar o desmatamento até 2030, ao lado de mais de cem países, desta
vez com Rússia e China, que não integram o tratado do metano.
Duas notícias com potencial bastante positivo, ainda mais diante do retrospecto do governo Bolsonaro noutras cúpulas climáticas desde 2019. Mas, justamente por isso: será que é possível acreditar em tamanha inflexão de um governo que, até aqui, apenas desdenhou a emergência climática e incentivou o desmatamento ao defender garimpos, exploração econômica da Amazônia e fim da demarcação de terras indígenas, além de interromper a política de fiscalização e multas a crimes ambientais? E que tem justamente no setor mais atrasado do agronegócio, aquele dissociado de compromissos ambientais, um dos seus esteios econômicos e políticos?