A convergência das conflitantes alas do PSDB em torno do governador paulista para a presidência do partido teve dois objetivos básicos: reunificá-lo e dar a Geraldo Alckmin condições de construir e encabeçar uma aliança das forças centristas e reformistas na próxima disputa presidencial. Aliança dependente, antes de tudo, de apoio do PMDB a um tucano (o próprio Alckmin). A repercussão do acordo partidário foi ampliada pela simultânea desistência de possível candidatura por parte de Luciano Huck, outsider favorecido por grande empatia social (como a que anteriormente beneficiava o “noviço” político João Dória). Com Alckmin sendo recebido pelo conjunto do mercado positivamente (embora sem grande entusiasmo) como resposta à “ameaça” representada nas pesquisas pela polarização Lula/Bolsonaro.
Os obstáculos que terá pela frente para recompor a unidade do partido e se afirmar como principal representante dessas forças - destacadamente o radicalismo oposicionista dos “cabeças pretas”, que agora se opõem ao fechamento de questão para a bancada na Câmara em favor da nova proposta de reforma da Previdência – tais obstáculos serão bem reduzidos por um crescimento significativo das intenções de voto que ele obtenha em próximas pesquisas. Ou persistirão se elas seguirem situando-o com preferência social abaixo de dois dígitos. Isto estimulando a busca de alternativas dessa liderança por parte dos dirigentes do DEM e do PMDB, com o ensaio do nome do ministro Henrique Meirelles, de uma retomada do de João Dória (até com troca de legenda) e de reeleição do presidente Michel Temer. Busca amparada na “justificativa” da ambiguidade do PSDB, que retardará o imperativo do processo de convergência das forças desse polo.