O Globo
Presidente do Senado topa correr com MP,
engavetar marco temporal e votar Zanin para o STF, mas com qual expectativa?
Diante da humilhação pública imposta por
Arthur Lira a Lula na votação da Medida Provisória da estrutura do governo, a
rapidez e a facilidade com que a proposta tramitou no Senado transformou
Rodrigo Pacheco numa espécie de salvador da pátria do governo.
Não foi só na votação da MP que Pacheco
levou alívio a um governo que estava nas cordas na Casa vizinha. Ele também
confirmou a expectativa de que o Projeto de Lei que estabelece o marco temporal
para demarcação de terras indígenas não correrá no Senado como na Câmara. E
listou outras propostas que retiravam direitos dos povos originários que não
prosperaram com os senadores.
Por fim, tudo leva a crer que a indicação
de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal, enfim confirmada para surpresa
de ninguém, será aprovada com agilidade e tranquilidade na Casa, sem o sufoco
que Davi Alcolumbre impôs ao último nomeado para a Corte, André Mendonça.
O que explica a boa vontade de Pacheco com Lula, que destoa de maneira tão explícita do jogo bruto de Lira? E, principalmente: será possível esperar que o presidente do Senado mate no peito todas as bolas quadradas do governo?