A
Revolta da Vacina 2.0, com o sinal trocado, começou. O governador de São Paulo,
João Dória, teve o mérito de alertar para a lentidão do governo Bolsonaro no
plano nacional de vacinação contra a Covid-19, e deu a saída para uma rebelião
civil a favor da vacina.
Vários
outros governadores saíram em busca de uma solução, alguns querendo partilhar
com São Paulo as primeiras doses. Aproveitando a onda a favor, Dória exagerou
na dose e prometeu vacina para todo brasileiro que estiver em São Paulo, não
precisando viver lá, e ainda ofereceu milhões de doses para os Estados que necessitarem.
O
resultado previsível é uma corrida para o Estado, e muitos prefeitos de cidades
fronteiriças temem uma invasão. Outros governadores querem frear Dória,
defendendo uma vacinação nacional concomitante, temerosos de que sejam
considerados incapazes comparados com o governador paulista.
O governo Bolsonaro está lento mesmo, e começa-se a desconfiar que está lento de propósito, porque não leva a vacina a sério, não acha que seja a solução, e vai retardando suas decisões. O ministro da Saúde, General Eduardo Pazuello, já tinha descartado a vacina da Pfizer, com a alegação de que era muito cara sua manutenção. Vários países da América Latina já estão se organizando para recebê-la, países às vezes bem menos organizados e ricos que nós.