Socorro a estados é prêmio para má gestão
Folha de S. Paulo
Dívidas de entes federativos, que já têm
juros favorecidos, serão de novo revistas; contribuinte brasileiro pagará conta
Pela enésima vez, os estados conseguirão
renegociar suas dívidas com a União. Segundo o acordo preliminar negociado com
o governo federal, a taxa
de juros acima da inflação que incide sobre esse passivo pode baixar de 4% ao
ano para até 2%, se os governos estaduais cumprirem metas de
ampliação de vagas no ensino técnico.
Caso eles consigam abater o valor do
principal da dívida, por meio da entrega de ativos como empresas estatais ao
Tesouro, a taxa pode diminuir mais, de 0,5 a 1 ponto percentual. A taxa real de
juros no país é de cerca de 6% anuais.
Há meses que entes federativos lançaram nova
campanha a fim de não pagar o que devem. Fazem parecer que são espoliados, que
não podem investir ou cuidar das necessidades da população por causa de
pagamentos que seriam injustos, indevidos ou até ilegais.
Ameaçavam mais uma vez levar o tema à Justiça e tentavam obter novos favores do Congresso.