- O Globo
A decretação da prisão do ex-presidente Lula trouxe a preços presentes as consequências políticas que estavam sendo aguardadas para um futuro não tão imediato. O Tribunal Regional Federal de Porto Alegre (TRF-4), repetindo decisões anteriores, negou antecipadamente os chamados “embargos dos embargos” que a defesa de Lula prometia encaminhar até o dia 10, teoricamente o prazo regimental a que teria direito.
Acontece que, como afirma o desembargador Leandro Paulsen, presidente da 8ª Turma, são descabidos embargos infringentes de acórdão unânime. Ou, como disse o juiz Sérgio Moro, esses embargos abusivos fazem parte de uma “patologia protelatória” que precisa acabar.
Também é tarefa ingrata a impetração de novo habeas corpus no TRF-4 contra a prisão, assim como no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já denegou anteriormente o habeas corpus preventivo. No STF, o eventual habeas corpus chegará às mãos do ministro Edson Facchin, que não precisará mais levar a plenário para negá-lo.
Todos os recursos cabíveis e incabíveis foram tentados, e não há como Lula escapar de ir para a prisão a partir das 17h de hoje. A não ser que decida partir para a confrontação física com o sistema judicial, pois na retórica ele já faz isso há muito tempo, recusando-se a se entregar ou incitando seus militantes a reagirem à ordem de prisão quando a Polícia Federal for buscá-lo.