O Estado de S. Paulo
Fúria destruidora de Bolsonaro pode se acentuar este ano, na medida em que antevê sua derrota, com aliados saltando do barco
As pesquisas de opinião deste fim de ano
revelam, entre outras, uma situação difícil para Bolsonaro. Ele é rejeitado
pela maioria e é considerado o pior presidente da história por quase metade dos
entrevistados. Tudo isso num momento em que o Chile se volta para a esquerda,
como já se voltaram Argentina, Peru e Bolívia. Nas suas circunstâncias, Estados
Unidos e Alemanha também mudaram e desenham um quadro desfavorável para a
extrema direita.
Nesta virada de ano, existe uma esperança
real de que Bolsonaro seja varrido do mapa. No entanto, há todo o ano de 2022
para carregar e nem todas as suas perspectivas parecem boas. O ano termina com
mais uma batalha entre o negacionismo oficial e a ciência. Depois de negar a
gravidade do vírus, o número de mortos, a importância da vacina, a vacinação de
adolescentes, o passaporte sanitário, Bolsonaro bloqueia, com sua ignorância, a
vacinação das crianças.
Com uma boa performance na imunização de seu povo, o Brasil conseguiu respirar um pouco no segundo semestre. Mas a pandemia não acabou. A variante Ômicron que atingiu a Europa e os Estados Unidos tem um grande poder de contaminação, embora, ao que tudo indica, não seja tão letal. Os últimos números na cidade de São Paulo indicam um crescimento de internações e a metrópole é uma referência para o Brasil, que, em algumas cidades, vive também um surto de influenza.