Eleito presidente do PSDB quase por unanimidade, o governador Geraldo Alckmin fez discurso de pré-candidato ao Planalto. Em tom claro de ataque ao ex-presidente Lula, ele defendeu a reforma da Previdência e a política econômica do governo Temer.
Aceno a Temer e ataque a Lula
No discurso como presidente do PSDB, Alckmin fala como pré-candidato e defende governo
Eduardo Bresciani, Maria Lima, Sílvia Amorim* e Vinicius Sassine / O Globo
BRASÍLIA - Após ser eleito presidente nacional do PSDB quase por unanimidade — foram apenas três votos contra e uma abstenção —, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, informalmente lançado ontem como pré-candidato do partido à Presidência da República, em 2018, fez um discurso no qual pregou a unidade da legenda, fez ataques ao PT e acenos ao governo do presidente Michel Temer e a partidos do centrão. A corrupção e a Lava-Jato ficaram fora da fala do tucano.
Em um discurso de cerca de 20 minutos, o tucano pregou a unidade do PSDB, defendeu as reformas e a modernização do estado brasileiro, e se apresentou como oposição a Lula e ao PT, hoje polarizado com o deputado Jair Bolsonaro na corrida presidencial.
— Registrem-se os esforços do atual governo que, pouco a pouco, começa a reversão da tragédia econômica em que o país foi colocado. O PSDB reitera sua disposição no âmbito do Congresso na aprovação de reformas necessárias ao nosso país — disse Alckmin.
Quase todas as lideranças tucanas presentes no palanque discursaram defendendo o engajamento em sua candidatura ao Planalto a partir de já. A exceção foi o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, que reafirmou sua pré-candidatura e foi o obstáculo na convenção à aclamação do governador paulista. Se Virgílio se mantiver irredutível, ele deve disputar prévias com o governador paulista entre fevereiro e março.