Alta na dívida pública é preocupante
O Globo
Endividamento cresceu para quase 75% do PIB
em 2023. Equilíbrio fiscal é essencial para controlá-lo
Um item das finanças públicas deveria
interessar a todo cidadão: a dívida bruta do governo geral, que inclui governo
federal, INSS, governos estaduais e municipais. Medido como proporção do PIB, esse número indica o
peso do endividamento público e traduz seus principais efeitos negativos, em
particular o volume de recursos necessários para pagar juros. Para pagar o que
deve, o governo tem dois caminhos: gerar resultado fiscal positivo ou tomar
mais dinheiro emprestado no mercado, pagando juros mais altos para isso. Com a
sucessão de déficits fiscais nos últimos anos, o endividamento tem atingido
patamares a cada dia mais preocupantes.
O Banco Central divulgou na quarta-feira o número para 2023. Com um aumento de 2,7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, a dívida bruta alcançou 74,3% do PIB, ou R$ 8,1 trilhões — quase R$ 40 mil por brasileiro. É um resultado bem acima do considerado razoável para países emergentes com as características do Brasil.