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O PIB de 2023
Folha de S. Paulo
Economia não surpreende no 1º trimestre;
cumpre evitar estagnação no próximo ano
O comentário mais comum sobre o desempenho
da economia no primeiro trimestre notou que o resultado
do Produto Interno Bruto foi melhor do que o esperado no início
do ano, mas que é provável uma contração no segundo semestre. Ademais, as
primeiras previsões para 2023 são de estagnação.
Entre a discreta melhora e as estimativas
pouco animadoras se interpõe o efeito mais relevante da alta das taxas de
juros, além do fim dos aumentos transitórios de renda e do processo de
normalização da atividade do setor de serviços.
Foi apenas na passagem de 2021 para 2022
que os juros chegaram a um nível que deve ter efeitos de contenção da atividade
econômica. O impacto do aperto monetário deve ser mais sentido a partir da
segunda metade deste ano.
A recuperação expressiva do nível de
emprego contribuiu para o bom resultado do consumo das famílias. Entretanto a
média dos salários continua no pior patamar da década —em boa parte por causa
da inflação, que permanecerá muito alta, além dos 10% ao ano, até o terceiro
trimestre ao menos.
Também em meados do ano devem se exaurir os aumentos de renda derivados do saque parcial do FGTS e da antecipação do 13º pagamento de benefícios do INSS. O setor de serviços, que contribuiu de modo importante para o crescimento de 1% do PIB entre janeiro e março, deve perder ímpeto depois da recuperação propiciada pelo fim das restrições maiores impostas pela epidemia.