sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Ricardo Noblat: Lula e Fernandinho Beira-Mar

- Blog do Noblat

O que os aproxima e distingue

Do cárcere, em Mossoró, Luiz Fernando da Costa, 51 anos, vulgo Fernandinho Beira-Mar, preso e condenado por tráfico de drogas e assassinatos, lidera a facção criminosa Comando Vermelho que se espalha por todo o país, sendo mais forte no Rio de Janeiro e vizinhanças

Do cárcere, em Curitiba, Luiz Inácio da Silva, 72 anos, vulgo Lula, preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, lidera o Partido dos Trabalhadores que também se espalha por todo o país, sendo mais forte no Norte e Nordeste, e em bolsões de pobreza de outras regiões.

O que mandam Fernandinho e Lula é rigorosamente obedecido por seus seguidores. Arrisca-se a morrer de verdade quem desobedece as ordens de Beira-Mar. A morte política é o destino certo de quem desobedece as ordens de Lula. Os dois não admitem rivais. Onde pisam não costuma crescer grama.

O grau de periculosidade dos dois é igual, cada um no seu pedaço e cada um ao seu modo. Mas há, entre outras, uma grande diferença entre eles: Beira-Mar preocupa-se com o fortalecimento de sua organização. Lula, com sua própria sorte, às favas a organização. Os dois se declaram inocentes e vítimas de injustiça.

O sistema prisional é mais rigoroso com Fernandinho, e tem de ser, e menos com Lula. Fernandinho vive trocando de cadeias, de um Estado para o outro, e à sua revelia. Lula recebe visitas diárias de advogados, e frequentes de amigos, aliados e personalidades dispostas a sair de lá exaltando seu espírito de luta.

Fernandinho só fez mal ao país, e continua fazendo. Lula já fez muito o bem, sem ter deixado de fazer o mal. Os dois se notabilizaram por vender ilusões. Um entregou e ainda entrega a mercadoria – Fernandinho. O outro entregou, ela apodreceu, mas ele promete repô-la um dia se tiver chances para isso.

A não ser que fuja, tão cedo Fernandinho sairá da cadeia, e tomara que não saia mesmo. Lula, que descartou fugir, sairá – nem tão depressa que pareça fraqueza da Justiça, nem tão devagar que pareça crueldade com o pai dos pobres e mãe dos ricos.

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