quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Posse da Dilma:: Cláudio Vitorino de Aguiar

Às vezes me pergunto o que nos ensina a experiência histórica sobre líderescarismáticos e que gozaram de grande popularidade em seu tempo? Sevívêssemos na Alemanha ou na Itália, na década de 30, quando seus chefes deEstado gozavam de uma vasta popularidade, ou na Rússia de Stálin, na Chinade Mao, se seguiríamos a "onda" ou nos colocaríamos firmemente contra tais"estadistas"?

Quando Roosevelt e sua proposta de Neu Deal enfrentou a mais catastróficacrise do capitalismo, propiciou mudanças significativas nos EUA que aindahoje repercutem nas democracias consolidadas do planeta. Se nos perguntamoscomo saímos da "marolinha" o governo Lula com seus mais de 80% de aprovaçãopopular, modificou o que mesmo nas estruturas econômicas do país e nosistema de Poder que durante oito anos deu-lhe sustentação?

Nenhuma reforma significativa foi feita. Vivemos, hoje, um crescente déficitexterno, um lento e insidioso processo de inflação, as condições quepoderiam modificar as condições de vida de nosso povo - educação, saúde esegurança - sofrem um processo de necrosamento, a questão da previdênciasocial cada vez mais consumindo recursos do tesouro, e uma permanente taxa irrisória de investimento que possa dar sustentabilidade a nosso processo dedesenvolvimento.Acho que não foi por outro motivo que em meados do século XIX, Marx já nosadvertia a não se deixar levar pela aparência das coisas. "Se a aparência dascoisas revelasse sua essência, não haveria necessidade da Filosofia ou daCiência". Mas, ao que parece, nossos marxistas de boutique contentam-se maiscom a aparência das coisas, do que com sua essência, para nossa desgraça...

Economista, dirigente nacional do PPS

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