terça-feira, 2 de julho de 2013

Com Dilma sob pressão, Serra volta à cena política

Tucano estava recluso desde derrota na disputa pela Prefeitura de SP, em 2012

Ex-governador esteve em encontro da cúpula da gestão Alckmin, e voltou a dar entrevistas após 8 meses submerso

Daniela Lima

SÃO PAULO - Submerso há quase oito meses, ex-governador José Serra (PSDB-SP) decidiu voltar a atuar tanto nos bastidores quanto em frente aos holofotes no momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) atravessa sua maior crise.

Nas últimas quatro semanas Serra reativou contatos com economistas e cientistas políticos de sua confiança, encomendou estudos sobre a situação fiscal do país e colocou na ponta do lápis o impacto de medidas anunciadas pelo governo federal ou pelo Congresso para fazer frente à crise atual.

No último domingo, o tucano participou de uma reunião no Bandeirantes com o governador Geraldo Alckmin, o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, líderes do PSDB na Câmara e no Senado, o presidente estadual da sigla, Duarte Nogueira, e o ex-governador Alberto Goldman.

Foi a primeira vez que Alckmin convocou encontro deste tipo. O grupo avaliou pesquisas internas e discorreu sobre o impacto das manifestações no governo estadual e federal.

Da reunião, saiu o consenso de que Alckmin deverá manter uma agenda de respostas concretas à crise. O anúncio de cortes de gastos, feito semana passada, foi celebrado como exemplo de ótima repercussão --inclusive por se contrapor à postura de Dilma.

Serra, que não falava abertamente desde sua derrota na disputa pela Prefeitura de São Paulo, no ano passado, deu três entrevistas na última semana.

Em todas elas, criticou pontualmente bandeiras erguidas por Dilma --posicionou-se contra o plebiscito e afirmou que a destinação de royalties para a educação não terá impacto a médio prazo.

Nas falas há também críticas à antecipação da campanha eleitoral, "inclusive no PSDB", afirmou, por exemplo, em entrevista ao "Roda Viva", na semana passada.

Hoje, o único nome dos tucanos para 2014 é o do senador Aécio Neves (MG).

A nova postura foi notada por aliados e adversários. "Eu acho muito positivo que o Serra tenha voltado a atuar. Isso é o natural. Estranho era o estado de hibernação", afirmou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Alguns tucanos passaram a informá-lo de pesquisas nas quais é citado. Ontem, por exemplo, soube que um instituto do Paraná incluiu seu nome entre os presidenciáveis.

Fonte: Folha de S. Paulo

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