segunda-feira, 4 de março de 2013

PSB quer alavancar Campos com palanques nos Estados

Partido planeja ter ao menos 12 candidaturas próprias a governador em 2014

Principal problema é ausência de nomes fortes nos três maiores colégios eleitorais do país: SP, Minas e Rio

Diógenes Campanha, Luiza Bandeira

SÃO PAULO - O PSB pretende montar pelo menos 12 candidaturas próprias aos governos dos Estados em 2014 para vitaminar a possível empreitada presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

A busca por palanques regionais é um dos principais desafios da sigla -que teve nove candidatos em 2010- para tirar a vantagem da presidente Dilma Rousseff e do senador Aécio Neves, virtuais candidatos de PT e PSDB.

Na semana passada, a petista e o tucano já contaram com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso como cabos eleitorais pelo país -em Fortaleza e Belo Horizonte, respectivamente.

Enquanto isso, sem "padrinho", Eduardo Campos viu correligionários (Cid Gomes, governador do Ceará, e Ciro Gomes, ex-ministro) se manifestarem contra sua candidatura à Presidência, expondo uma dificuldade para os palanques regionais em 2014.

Para manter o PSB na aliança, grupos petistas cogitar negociar com Campos a vaga de vice de Dilma. Em discurso na convenção do PMDB, porém, a presidente fez anteontem elogios ao atual ocupante do posto, Michel Temer, e defendeu "vida longa" na parceria com a sigla.

Na lista de ao menos 12 candidatos nos Estados, os carros-chefes do PSB são seus seis governadores (AP, PI, PB, PE, ES e CE). Metade pode tentar a reeleição e os outros tentarão fazer os sucessores.

O principal problema é a ausência de nomes fortes nos três maiores colégios eleitorais: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que, juntos, somam 58 milhões de eleitores, 41% do total no país.

Com tucanos

Em SP, a legenda não conta mais com seu candidato ao governo de três anos atrás: Paulo Skaf entrou no PMDB em 2011. O presidente do PSB-SP, Márcio França, não descarta se aliar ao PSDB.

"Pode ser que uma coligação com Geraldo Alckmin [governador e potencial candidato à reeleição] ajude a campanha do Eduardo", diz.

A aproximação do PSB é bem-vista por tucanos -para afastar a sigla do PT.

A relação entre as duas legendas, porém, sofreu um abalo em 2012. O PSB paulistano apoiou Fernando Haddad (PT), em vez de José Serra (PSDB), para a prefeitura.

Em Minas, Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte, é apontado por dirigentes do partido como aposta ao governo do Estado.

Mas ele disse ao presidente do PSDB estadual que pretende cumprir seu mandato inteiro na prefeitura.

Lacerda é afilhado político de Aécio Neves e, no PSB, está mais ligado ao grupo dos irmãos Ciro e Cid Gomes, que defendem apoio a Dilma. O presidente do PSB local, Walfrido dos Mares Guia, é ex-ministro de Lula e ligado ao PT.

No Rio, a sigla é integrante do governo Sérgio Cabral (PMDB) e, até agora, apoia a eleição do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Colaborou Paulo Peixoto, de Belo Horizonte

Fonte: Folha de S. Paulo

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