Serristas vão querer a secretaria geral do PSDB se mineiro virar presidente do partido
Pedido foi feito pelo senador paulista Aloysio Nunes a Fernando Henrique
SÃO PAULO - Aliados do ex-governador José Serra pediram ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que convença o senador Aécio Neves a ceder o segundo posto na hierarquia do partido, a secretaria geral, a um nome indicado pelos tucanos de São Paulo. A demanda é uma reação ao receio de que o mineiro tenha controle total sobre a máquina partidária a partir da convenção nacional do PSDB, em maio.
Aécio deve assumir a presidência do PSDB neste ano, em um movimento cujo objetivo é ampliar sua exposição como potencial candidato à Presidência da República. No comando do partido, o tucano será a maior estrela da propaganda do PSDB na televisão.
Em junho, a sigla terá um programa de dez minutos em horário nobre. Além disso, terá 40 anúncios na programação entre maio e junho. Como há consenso de que ninguém terá força para conter o senador caso ele queira a chefia da sigla, o PSDB paulista passou a reivindicar o controle da secretaria geral.
FHC foi procurado pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que trabalha para facilitar o diálogo entre Aécio e Serra, que há anos travam uma disputa dentro da sigla. Aliados do mineiro afirmam que, caso Aécio decida ser presidente do PSDB, "faria sentido" a "ala paulista" indicar o secretário geral.
Bênção. Eles destacam, porém, que o principal quadro a ser consultado é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele tem se mostrado afinado com Serra nas articulações. Na semana passada, quando Aécio foi lançado como candidato por FHC, Alckmin evitou endossar publicamente a indicação e disse considerar prematuro debater o assunto.
Governadores do PSDB querem definição rápida
Governadores do PSDB querem que o candidato do partido à Presidência da República da seja definido ainda neste ano. Embora a candidatura do senador Aécio Neves seja apontada como natural, eles dizem ser favoráveis à prévia caso haja mais um postulante à indicação – mas desde que a disputa interna seja feita ainda em 2013.
"Em muitas regiões, o grau de conhecimento dele (Aécio) é baixo. Acho que é hora, sim, de aparecer mais, apresentar propostas e alternativas", disse o governador do Paraná, Beto Richa.
"Um candidato identificado mais cedo tem prós e contras. Eu, pessoalmente, acho que devemos iniciar o ano sabendo quem seria", declarou o governador de Minas, Antonio Anastasia, aliado de Aécio. "Não dá para fazer como em 2010: chegar em maio e definir o candidato", disse Anchieta Jr., governador de Roraima.
A declaração dos governadores sobre a escolha do candidato, ainda que por prévia, é apoiada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo presidente do partido, Sérgio Guerra. O único a não compartilhar do pensamento é o paulista Geraldo Alckmin, que diz estar preocupado com o debate antecipado.
PT e PMDB vão brigar em oito Estados
Dada a largada para as eleições de 2014, uma preocupação do PT e do governo federal é a disputa acirrada que se avizinha entre o partido e o PMDB em pelo menos oito Estados importantes: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Ceará e Minas Gerais.
Os primeiros gestos de agrado para evitar que esse racha prejudique a reeleição da presidente Dilma Rousseff foram dados com a presença dela em jantar de homenagem ao senador José Sarney (PMDB-AP), oferecido pelo vice-presidente Michel Temer. Dilma, em prova de consideração ao PMDB, reforçou a importância da aliança para as eleições.
De outro lado, durante a semana, o vice-presidente atuou como bombeiro para evitar que manifestações ocorressem contra Dilma ou o PT na convenção nacional do PMDB, anteontem em Brasília. A ideia inicial de caciques era colocar em votação moção nacional proibindo palanques duplos nos Estados. Na sexta-feira, Temer conseguiu convencer a base a deixar a moção de lado.
Fonte: O Tempo
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