Governador e líder do PSB, possível rival de Dilma em 2014 começa maratona para construir imagem nacional
João Villaverde
BRASÍLIA - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), inicia nesta semana uma maratona para se aproximar do movimento sindical. A distância entre o partido que ele preside e as centrais sindicais é considerada pelas lideranças socialistas como principal deficiência para consolidar o nome do governador como figura nacional – e também como um possível candidato na corrida presidencial. Hoje, em Recife, o governador deve receber a direção nacional da Força Sindical, segunda maior central do País. Oficial- mente, a pauta prevê uma conversa sobre a batalha que está sendo travada entre o governo Dilma Rousseff (PT) e os trabalhadores do setor portuário, representados principalmente pela Força.
Mais do que discutir portos, porém, o encontro é uma tentativa de início de uma relação política. No final do mês, Campos deve desembarcar em São Paulo para novo encontro com a Força. Durante um encontro nacional de dirigentes da central, apresentará suas idéias sobre os rumos do Brasil. “Se o PSB tem um calcanhar de Aquiles, com certeza é o movimento sindical. Essa sempre foi nossa dificuldade”, diz o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral. “Isso precisa ser superado.” A proximidade maior do PSB é com a Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), quarta maior do País,com 624 sindicatos e 694 mil associados (é quatro vezes menor que a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, próxima ao PT, com 2172 sindicatos e 2,7 milhões de filiados). Apesar de ser o braço sindical do PC do B, a CTB tem dirigentes filiados ao partido de Campos. O PSB também tem um representante na direção nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a terceira maior.
Aproximação. O encontro com Campos interessa ao presidente da Força, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT- SP). Isolado pelo Planalto, ele tem dado sinais de que pretende afastar o PDT da base governista.Paralelamente,também participa da gestação de um novo partido, o Solidariedade. O encontro de hoje, para o qual foram convidados também parlamentares ligados à Força, é uma primeira tentativa de aproximação de Paulinho e Campos. “Tenho uma relação de amizade antiga com ele e gosto do seu jeito de governar. Ao contrário da Dilma, que não escuta, ele ouve as pessoas e trata as reivindicações com seriedade”, afirma o deputado,líder sindical e dirigente partidário. “Como o governador não tem muita relação com os sindicatos, queremos nos aproximar e ouvir o que está pensando do Brasil, da economia.”
Fonte: O Estado de S. Paulo
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