sábado, 17 de maio de 2014

Marina diz que candidatura não pode ser auxiliar da outra sobre proximidade de Aécio e Campos

• ‘Não queremos ganhar de qualquer jeito, não queremos ganhar perdendo. É preferível perder ganhando’, diz pré-candidata a vice

• Para a ex-senadora, candidatura não pode ser auxiliar da outra

Maria Lima – O Globo

BRASÍLIA - A ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a vice-presidente da aliança PSB-Rede-PPS-PPL, defendeu nesta sexta-feira o fim do pacto de boa convivência entre os pré-candidatos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Ela participou pela manhã do encontro nacional da Juventude em Rede, organizado por jovens militantes da Rede Sustentabilidade, de 23 estados. Marina disse que, no encontro empresarial de Comandatuba, realizado pelo Lide, entendeu que houve uma tentativa de dizer que os projetos dos dois candidatos eram semelhantes, mas quando alguém está muito preocupado em ser semelhante, é porque sabe que é diferente.

— Numa eleição em dois turnos ninguém pode tentar colocar uma candidatura como linha auxiliar da sua. É preciso que a sociedade tenha alternativas. Eu e Eduardo vamos afirmar nossas ideias. O PT e o PSDB tem estruturas tão fortes que até parece que eles acham que tem o direito de ganhar — disse Marina.

A pré-candidata a vice na chapa de Eduardo Campos também deu como encerrada a discussão sobre a manutenção da aliança em São Paulo com o governador tucano Geraldo Alckmin. Ela disse que isso é um fato superado, que o PSB/Rede/PPS terão candidato próprio que será escolhido entre três nomes: Ricardo Young (PPS), Capobianco (Rede) ou Márcio França (PSB). E disse que o escolhido deve ser o que melhor que encarnar o perfil de executor do programa de governo que está sendo elaborado com base no reposicionamento que houve depois da chegada da Rede no PSB.

— Vocês trabalham com a lógica da métrica puramente eleitoral. Eu e o Eduardo queremos discutir ideias. Não queremos ganhar de qualquer jeito, não queremos ganhar perdendo. É preferível perder ganhando — disse Marina

Ela disse que é importante se buscar a governabilidade. Mas tem que ser uma governabilidade programática, e não pragmática.

Militância deve evitar polarização e embate, pede Marina
Marina Silva disse, durante o encontro, que os jovens marineiros devem ir para às ruas, durante a campanha, de forma aberta e democrática, priorizando o debate de ideias, não o embate político. Diz que devem assumir uma posição, não fazer a oposição por oposição que marca a polarização do PT e PSDB. Marina criticou o teor da propagada levada ao ar essa semana pelo PT, que amedronta o eleitor sobre a possibilidade de não reeleição da presidente Dilma Rousseff.

— Estamos vivendo um momento muito difícil. As pessoas veem acontecer situações de extrema violência, vivem o tencionamento da falta de meios de se deslocar de casa para o trabalho ou de volta para casa. Vivem a insatisfação com os vários escândalos de corrupção. Acho um desserviço trazer algo ainda mais negativo como o medo. O próprio PT, lá atrás com o Lula, viveu essa campanha do medo e cunhou a expressão: a esperança venceu o medo. Não acredito que a esperança possa ser vencida pelo medo agora — disse Marina.

A ex-ministra disse que o que foi conquistado nos últimos governos não foi um favor para a sociedade, foram direitos concedidos, e que precisam ser institucionalizados.

— A estabilização econômica foi uma contribuição do PSDB e hoje pertence a toda a sociedade, precisa ser aperfeiçoada. A inclusão social foi uma contribuição do PT. Isso tudo não foi feito para a sociedade, foi feito pela sociedade. Eu e o Eduardo queremos preservar esses dois legados, corrigindo os erros que precisam ser corrigidos e enfrentar novos desafios — disse Marina.

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