terça-feira, 11 de setembro de 2018

Alckmin pede a eleitor para não considerar solidariedade a Bolsonaro na hora do voto

Candidato do PSDB participou de encontro com movimento de renovação política

Silvia Amorim | O Globo

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, defendeu nesta segunda-feira que o eleitor não se deixe influenciar pela solidariedade a Jair Bolsonaro (PSL) na hora de decidir o voto daqui um mês. O discurso é uma tentativa do tucano de frear uma onda em favor do adversário após ter sido vítima de um atentado a faca na semana passada.

— São duas questões distintas. Uma é a solidariedade a quem foi vítima de um atentado vil e covarde. A outra são os destinos do país, a escolha do presidente. Estamos num momento estratégico. Estão em jogo os próximos quatro anos — disse Alckmin, após participar de encontro com representantes do movimento Agora.

O candidato tucano confidenciou a auxiliares e aliados nos últimos dias que espera um crescimento de Bolsonaro na pesquisa Datafolha que será divulgada nesta noite. Alckmin, entretanto, pondera que as intenções de voto conseguidas pelo oponente neste momento pós-atentado tendem a ser voláteis e nada definitivas.

Nesta manhã em São Paulo, o presidenciável manifestou em público uma parte dessas avaliações mais reservadas.

— Precisa deixar decantar um pouco — reagiu sobre as especulações de um crescimento de Bolsonaro nas próximas sondagens eleitorais.

O tucano negou que sua campanha fará mudanças de rumo por causa da vitimização de Bolsonaro. Ele não quis comentar a divulgação pelo concorrente de vídeo dentro da UTI para as redes sociais. Aliados do candidato do PSL tem usado a internação para fazer campanha na internet.

— Não vamos fazer mudanças em razão de pesquisas.

MAIS PROMESSA NA ECONOMIA
No dia em que nova pesquisa feita por um banco se investidores apontou aumento da crença em uma vitória de Bolsonaro, Alckmin incluiu mais uma promessa ao seu plano de governo econômico. Desta vez, ele garantiu que, se eleito, o país crescerá 4% em 2019.

— Se ganharmos a eleição crescemos 4% no ano que vem. Pode escrever — disse aos jornalistas quando já deixava o compromisso desta manhã na capital paulista.

A estimativa oficial aponta um crescimento do PIB de 2,5% parao próximo ano.

Alckmin justificou a projeção otimisma à falta de confiança que existe hoje no país.

— Há um gap de confiança hoje — afirmou.

FURANDO O OLHO DO INIMIGO
Com traições de sobra de partidos da sua coligação a sua candidatura, Alckmin tem comemorado o apoio público que recebeu em Santa Catarina do governador Pinho Moreira (MDB) neste fim se semana. O tucano viajou ao estado no sábado passado e desfilou com o emedebista a tiracolo. Moreira voou até no avião da campanha tucana. O MDB tem candidato à Presidência, o ex-ministro Henrique Meirelles.

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