- Folha de S. Paulo
Deputado conquista novos terrenos e avança entre mulheres, mas esbarra em rejeição
A superexposição de Jair Bolsonaro turbinou tanto a emergência de novos apoiadores como a de detratores. A pesquisa Datafolha mostra que o candidato conseguiu crescer fora de seu eleitorado cativo, mas também atingiu rejeição recorde nesses segmentos, que já eram hostis a seu nome.
Bolsonaro aparece cristalizado nos nichos que deram o impulso inicial a sua candidatura, como homens e grupos mais escolarizados. A diferença é que, pela primeira vez desde novembro, subiram significativamente as menções espontâneas ao candidato entre os mais pobres e no eleitorado feminino.
Sua entrada nesses novos terrenos esbarra, porém, nos mais altos índices de rejeição da disputa. A proporção de eleitores que dizem não votar em Bolsonaro chegou a 49% entre as mulheres e a 46% entre aqueles que ganham até dois salários. Seus rivais ficam abaixo de 30% nesses grupos.
Na medida em que a polarização em torno de Bolsonaro se universaliza, aumentam suas chances de carimbar o passaporte para o segundo turno, mas crescem os riscos de derrota em um embate direto.
Três de cada quatro eleitores do capitão reformado dizem estar “totalmente decididos” a votar nele no primeiro turno. Na etapa seguinte, porém, o deputado patina cada vez mais: empata comFernando Haddad e perde de todos os demais.
A consolidação de Bolsonaro acirra a batalha no segundo pelotão. Haddad teve ganhos no Nordeste e entre eleitores mais pobres (redutos de Lula), mas não corre sozinho na esquerda. Ciro Gomes também se fortaleceu nesses grupos e ainda cresceu mais que o rival na classe média e entre eleitores com curso superior.
Geraldo Alckmin e Marina Silva parecem ficar para trás. A subida leve de Bolsonaro nem foi má notícia para o tucano, mas ele não consegue sair do chão. Fará um último apelo ao eleitor como saída para evitar que o PT derrote o capitão. Marina, por outro lado, derreteu no eleitorado de esquerda e tem um espaço cada vez mais apertado pela frente.
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