domingo, 24 de fevereiro de 2013

FHC entra na campanha de Aécio para neutralizar Lula

Tucano será apresentado como "pai" da estabilidade econômica; petista atuará como facilitador de alianças.

Deixado de lado nas três últimas eleições, Fernando Henrique Cardoso foi escalado pelos tucanos para defender a campanha de Aécio Neves à Presidência. Do lado dos petistas, Lula, que nunca deixou o palanque, já saiu em defesa da reeleição de Dilma Rousseff. O embate entre os dois ex-presidentes, 20 anos depois da primeira disputa eleitoral, dará o tom da campanha de 2014, relatam Vera Rosa e Eugênia Lopes. FHC será apresentado como "pai do Plano Real" e da estabilidade econômica. Ele percorrerá o País, a partir de amanhã, para promover o nome do senador mineiro. Já Lula atuará como "facilitador" das alianças para o palanque da sucessora e porta-voz do PT no confronto com tucanos. Dilma ficará concentrada no crescimento econômico, principal preocupação do governo.

Resgate de FHC por tucanos cristaliza duelo com Lula e PT

Quase 20 anos após primeiro embate entre os hoje ex-presidentes, dupla volta a protagonizar disputa eleitoral pelo Palácio do Planalto ao assumir linha frente das campanhas de Aécio Neves e Dilma Rousseff

Vera Rosa e Eugênia Lopes

BRASÍLIA - Após se enfrentarem nas eleições de 1994 e 1998, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso voltarão a protagonizar a disputa pelo comando do País. Serão os padrinhos dos candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, Aécio Neves. Nesse período de duas décadas, Lula não deixou o palanque. A novidade, agora, é o resgate de FHC pelos tucanos.

Aécio assumiu o discurso de defesa da gestão do fundador do PSDB, algo que os dois últimos candidatos do partido - José Serra e Geraldo Alckmin - não fizeram abertamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, vencidas pelos petistas.

FHC, apresentado como "o pai do Plano Real" e da estabilização econômica brasileira, vai correr o País para promover o senador mineiro num momento delicado para o governo petista, de baixo crescimento do PIB - algo que pode se tornar um dos principais percalços da campanha à reeleição da presidente no ano que vem.

Já Lula será o principal articulador político da campanha de Dilma com um discurso de comparação com o governo tucano, inclusive no que se refere a desempenho econômico, apresentando números favoráveis à gestão petista no Planalto. Vai voltar a explorar, inclusive, a rejeição a medidas como as privatizações.

A atuação dos dois ex-presidentes reforça a polarização entre PT e PSDB, que marca as disputas pelo Palácio do Planalto desde 1994.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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