Ex-senadora começa a coletar assinaturas para a criação do Rede Sustentabilidade na Feira do Guará, com direito a discurso, foto com eleitores e críticas aos adversários
Adriana Caitano
A presidenciável Marina Silva participou ontem do primeiro ato público de coleta de assinaturas de seu novo partido, o Rede Sustentabilidade, na Feira do Guará. Em clima de campanha, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente abraçou eleitores, foi fotografada ao lado deles, fez discurso e criticou adversários. A expectativa do grupo é garantir o apoio de mais de 500 mil eleitores de todo o país até junho, três meses antes do prazo estabelecido pela lei eleitoral para que os integrantes da sigla se candidatem em 2014.
A ação de Marina ocorre na semana em que os outros pré-candidatos à Presidência — Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) — emitiram sinais de que já estão em campanha, antecipando o pleito. A ex-ministra, porém, evita falar sobre o período eleitoral. “Infelizmente na realidade do Brasil sempre foi assim, mas o eleitor está enfastiado de eleição, é preciso primeiro se discutir um projeto de país”, comentou Marina, que nega estar em campanha. “Isso que estamos fazendo faz parte da regra para criar o partido, não tem como ser de outro jeito a não ser pedir o apoio pessoalmente.”
De acordo com os organizadores do evento, o Guará foi escolhido por ter sido a região do Distrito Federal em que, proporcionalmente, Marina teve mais votos em 2010, quando se candidatou à Presidência pelo PV. Ele recebeu o apoio de 19,6 milhões eleitores no país inteiro e venceu na capital federal. A movimentação no local, no entanto, não chegou a empolgar. Com a camiseta da Rede, calça jeans e tênis, a ex-senadora falou para um público que não ultrapassou 50 pessoas. “Se os outros vêm de tubarão, nós viemos com a política das formigas, colhendo apoio de casa em casa”, comentou.
No discurso, Marina Silva demonstrou preocupação com os projetos que tramitam no Congresso que podem limitar e dificultar a criação de partidos, como o que pretende aumentar para 1 milhão o número de assinaturas mínimas para a fundação de uma legenda. Há também uma proposta que pode impedir parlamentares de migrarem para legendas criadas após as eleições, levando o fundo partidário e o tempo na propaganda de TV da sigla de origem. “Estão querendo mudar a regra no meio do jogo para evitar que tenhamos um partido com novas ideias, mas os políticos democratas deste país haverão de se contrapor a esse tiro no pé da democracia”, disse.
Fonte: Correio Braziliense
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