domingo, 24 de fevereiro de 2013

Dilma oferece 3 pastas para saciar apetite de aliados

Partidos menores conversam também com Eduardo Campos e Aécio

BRASÍLIA - Para saciar o apetite dos aliados assediados por adversários, a presidente Dilma Rousseff tem à mão, para negociar, ministérios para os quais fez indicações pessoais: Transportes, que o PR deseja retomar para voltar à base governista; Trabalho e Emprego, que o PDT de Carlos Lupi quer voltar a comandar; e Agricultura. Leonardo Quintão (PMDB-MG), por exemplo, poderia ir para a Agricultura no lugar de seu colega gaúcho Mendes Ribeiro. A vocação agrícola de Minas ajudaria a justificar a mudança.

No PR, o ex-ministro dos Transportes e presidente do partido, senador Alfredo Nascimento (AM), e o líder na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), já estiveram no Planalto negociando seus retornos à base, desde que tenham de volta o Ministério dos Transportes, alvo de cobiça também do PMDB. Mas o PR já estaria disposto a voltar por menos: retomar o poder apenas no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e na Valec, responsáveis pelas obras em rodovias e ferrovias. Mas não será fácil a presidente aceitar essa proposta, pois os dois órgãos foram focos de denúncias de corrupção em 2011.

- O que vai acabar acontecendo é que Dilma não vai dar nada para o PR. Mas Eduardo Campos já tem feito tratativas e conversas com o PR. Ele está negociando com os partidos jogados fora por Dilma - avisa um dos caciques do PR.

Já o comando do PDT quer emplacar o secretário-geral do partido, Manoel Dias, ligado ao presidente da sigla, Carlos Lupi, no lugar de Brizola Neto, no Trabalho. Sem apoio partidário, por ser considerado uma escolha pessoal de Dilma, Brizola Neto também perdeu sustentação na Força Sindical.

Segundo pedetistas, na conversa entre Dilma e Lupi, há duas semanas, a presidente ofereceu a possibilidade de o PDT trocar Brizola Neto por quem o presidente do partido queira. Mas, em contrapartida, pretende amarrar desde já o apoio do partido à sua reeleição. Lupi não teria aceito essa condição.

- Lupi conversa todo dia com Aécio e Eduardo Campos. Eu, pessoalmente, sou contra Dilma e vou até com o capeta - diz um pedetista dissidente.

Lupi, que perdeu o posto de ministro, mas continua encastelado no conselho do BNDES, aproveita o assédio da oposição para recuperar poder junto a Dilma, enquanto outros pedetistas espalham que negociam com Campos ou Aécio.

O PTB, outro partido da base aliada, sempre esteve dividido, mas parece mais decidido agora.

- O PTB vai com Eduardo Campos e não tem nem conversa - afirma o deputado Sílvio Costa (PTB-PE).

Fonte: O Globo

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