"Conversam comigo para se valorizar do lado de lá. Eu finjo que sou bobo", diz Aécio, provável adversário de Dilma
Maria Lima, Fernanda Krakovics
BRASÍLIA Fidelidade canina à chapa governista, até agora, só mesmo do PCdoB. Com os principais atores da disputa presidencial de 2014 já entrando em campo, começou pesado o ataque especulativo de partidos da base governista, que procuram se cacifar melhor para levar alguma vantagem na reforma ministerial prometida para março.
Como dona da caneta das nomeações, a presidente Dilma Rousseff é quem mais está sendo atacada pelos partidos aliados periféricos, que foram "jogados fora" na época da chamada faxina ética, e agora veem a chance de dar o troco. Mas não são só PDT, PR, e PP que procuram se reposicionar conversando ora com o tucano Aécio Neves (MG) ora com o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ou com todo mundo junto.
Até mesmo setores do PMDB, partido teoricamente casado com o PT na aliança que garante Michel Temer como vice de Dilma, sinalizam que podem inviabilizar a repetição da aliança formal, se não forem bem atendidos e compensados após seu fortalecimento nas eleições municipais e nas presidências de Câmara e Senado. É o caso do PMDB mineiro, que briga por um ministério desde que o deputado Leonardo Quintão renunciou à candidatura a prefeito de Belo Horizonte em favor do petista Patrus Ananias, ano passado.
- Conversam comigo para se valorizar do lado de lá. Eu finjo que sou bobo. O PDT também conversa aqui. Na verdade, está todo mundo conversando com todo mundo - diz Aécio Neves, provável adversário de Dilma em 2014.
No PMDB, a expectativa é que se cumpra a promessa feita pelos então candidatos Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de que, após eleição das Mesas de Senado e Câmara, teriam mais força para cobrar mais espaço na Esplanada. O objetivo seria conseguir um ministério maior, para acalmar as bancadas.
- Estão todos conversando com todos, e o temor é que isso contamine também o PMDB. Alguns dos PMDB, como os mineiros, querem conversar com Eduardo Campos e Aécio. Esse negócio de casamento de 60 anos feliz já era. Para manter o casamento e a mulher feliz, de tempos em tempos tem que dar uma joiazinha para reacender a paixão. Se não, chega outro com um carrão mais bonito e descobre-se um novo amor - ilustra o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).
A ofensiva dos mineiros já estaria surtindo resultado, depois que o ministro do Desenvolvimento e Comércio Exterior, o petista mineiro Fernando Pimentel, fez chegar essa preocupação ao Planalto e ao PT. Na conversa entre Lula e Henrique Alves, sexta-feira, em São Paulo, um ministério começou a ser negociado para os mineiros .
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário