EDITORIAIS
Enquanto verbas do MEC são pilhadas,
educação vive caos
O Globo
Embora o acesso aos meios digitais tenha ganhado visibilidade durante a pandemia, com o fechamento equivocado das salas de aula e o fiasco do ensino remoto, o problema continua mal resolvido. Uma em cada cinco escolas permanece desconectada, como mostrou reportagem do GLOBO. Das que dispõem do serviço de internet, menos da metade o usa para fins pedagógicos (em 2021, eram 48%).
Os números do Censo Escolar evidenciam
alguma evolução, mas ela ainda é tímida. De 2020 para 2021, o número de escolas
públicas sem internet caiu apenas quatro pontos percentuais, de 25% para 21%.
Entre 2019, no período pré-pandemia, e 2021, também foi modesto o crescimento
do percentual de unidades que oferecem aos alunos tablets (de 7% para 7,5%),
computadores (de 21% para 26%) e acesso às redes sociais (de 33% para 42%).
Durante a pandemia, a falta de acesso à
internet deixou evidente a desigualdade no país. Com as escolas fechadas por
tempo maior que o razoável, o ensino remoto se impôs. Alunos de famílias de
baixa renda não tinham meios adequados para acompanhar as aulas on-line. O
resultado foi um desastre. Os estudantes pouco ou nada aprenderam. Neste ano,
com a retomada tardia das aulas presenciais, a tecnologia poderia ser um
importante aliado na recuperação. Mas, como resultado da omissão da atual
gestão do MEC, ela não está lá para ajudar. Não é um acaso que o desempenho dos
estudantes brasileiros tenha retrocedido tanto nas avaliações internacionais.
A falta de conectividade não é o único
problema que aflige a Educação. Escolas brasileiras ainda sofrem com desafios
básicos. Como mostrou outra reportagem do GLOBO, o país tem mais de 3.500 obras
atrasadas, que já custaram R$ 1,3 bilhão. São construções, ampliações e
reformas de escolas, creches e quadras esportivas. A demora na conclusão causa
transtorno aos alunos e torna os serviços mais onerosos. Pelo menos 155 desses
contratos já foram cancelados, representando um desperdício de R$ 21 milhões.
Em 1.831 deles, o prazo expirou sem que as obras tivessem sido terminadas.
Diante do caos administrativo na Educação,
é fundamental que o ministro Milton Ribeiro seja afastado e que a pasta passe
por um saneamento urgente. As verbas disponíveis precisam ser usadas no combate
às muitas mazelas do ensino brasileiro, expostas de forma gritante nos dois
anos de pandemia. O esquema de pastores alheios aos quadros do MEC destinando
verbas públicas para prefeitos, sabe-se lá em troca de que, é um caso de polícia,
e assim deve ser tratado pelas autoridades. O Ministério da Educação precisa se
ocupar do que importa: melhorar os indicadores vergonhosos do ensino no Brasil.
Escalada de ataques à imprensa é atentado
contra a democracia
O Globo
O Brasil tem se tornado uma terra hostil para a imprensa. Levantamento da
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) mostra que as ameaças,
intimidações, ofensas, agressões físicas e outros tipos de ataques a
profissionais e empresas de comunicação aumentaram 22% em 2021 na comparação
com o ano anterior. O relatório “Violações à liberdade de expressão”, da Abert,
contou 145 episódios desse tipo no ano passado, ou três por semana. Ao todo,
foram registradas 230 vítimas, entre jornalistas e empresas de comunicação.
Dado relevante: mais da metade dos casos partiu do presidente Jair Bolsonaro,
de seus apoiadores, aliados ou seguranças da equipe de governo.
É conhecida a má vontade de Bolsonaro com a
imprensa profissional. O relatório da Abert mostra que o comportamento do
presidente vai além da intolerância. Não é preciso recorrer ao acervo bizarro
dos tempos de deputado federal. Em mais de três anos na Presidência, Bolsonaro
coleciona insultos, ofensas e intimidações a jornalistas que estão no exercício
da profissão com a missão de informar a sociedade.
Essa postura belicosa estimula apoiadores e
seguranças a fazer o mesmo, ou até a ser mais radicais. Em outubro do ano
passado, durante passeio em Roma, onde participava da cúpula do G20, Bolsonaro
hostilizou jornalistas. Seguranças que o acompanhavam chegaram a agredir
repórteres — um correspondente da TV Globo recebeu um soco no estômago e foi
empurrado depois de perguntar por que o presidente não participara de eventos
com os outros líderes. Em dezembro, durante visita de Bolsonaro a Itamaraju,
município no sul da Bahia atingido pelas fortes chuvas, uma jornalista da TV
Bahia (afiliada da TV Globo) levou um mata-leão de um segurança do presidente
quando fazia seu trabalho.
O estudo da Abert é mais um a corroborar a
perigosa escalada contra a liberdade de imprensa no Brasil. Um relatório da
organização Repórteres sem Fronteiras, divulgado em abril do ano passado,
revelou que o Brasil entrou pela primeira vez para a “zona vermelha” do ranking
mundial de liberdade de expressão — penúltimo estágio numa escala que vai da
branca (muito boa) à preta (muito grave), passando por amarela (boa), laranja
(problemática) e vermelha (difícil). Entre 2020 e 2021, o país registrou a
quarta queda consecutiva, indo de 107º para 111º no ranking, liderado pela
Noruega.
A imprensa livre é um pilar do Estado
Democrático. Atacar jornalistas e empresas de comunicação, da forma que seja, é
inaceitável. Equivale a sufocar a democracia. Profissionais de imprensa são a
garantia do direito dos cidadãos à informação. O risco é caminharmos para um
Estado autocrático, onde a imprensa não tem voz. Se alguém quiser saber o que
isso significa, basta olhar para a Rússia, onde jornalistas que desagradam ao
governo costumam ser assassinados. Hoje são proibidos de chamar a guerra na
Ucrânia de “guerra” ou a invasão de “invasão”. A emissora independente Dojd,
sob censura do Kremlin, trocou imagens dos bombardeios pelo balé “Lago dos
cisnes”.
Real em alta
Folha de S. Paulo
Queda do dólar favorece controle da
inflação, mas não reflete boas políticas
Poucas variáveis influenciam tanto a
percepção geral a respeito da situação econômica quanto a cotação do dólar.
Numa reversão do que se via desde o início da pandemia, a moeda
americana vem se desvalorizando em relação ao real em velocidade surpreendente.
As oscilações da divisa —tida como porto
seguro no mundo, a despeito das intempéries que trazem dúvidas crescentes sobre
tal condição— importam. Quando o real perde valor, sobem os preços dos produtos
importados e muitas vezes, como agora, a inflação.
Desde o início deste 2022, contudo, as
condições globais têm se alterado em favor da moeda brasileira, que apresenta a
maior valorização do mundo emergente. Aqui, a depreciação do dólar chega a 15%
(de R$ 5,58 para R$ 4,75).
O elevado preço das matérias-primas
exportadas, acentuado em decorrência da guerra na Ucrânia, está entre os
principais motivos.
É provável que os saldos comerciais cresçam
neste ano —o Banco Central, em seu relatório trimestral de inflação, estima um resultado
positivo de US$ 83 bilhões, uma alta de US$ 47 bilhões ante o superávit do
ano passado.
Outro impulso vem do diferencial de juros
locais em relação ao restante do mundo. Como a inflação, hoje um problema
global, aumentou antes no Brasil, o ciclo de alta na taxa básica também começou
mais cedo.
Desde março do ano passado a Selic subiu de
2% para 11,75% ao ano, enquanto nos Estados Unidos o processo mal se iniciou.
A disparidade em favor de aplicações
financeiras locais já chegou a níveis que tornam o país atrativo ao capital de
curto prazo, além de reduzir o incentivo a remessas de recursos ao exterior por
investidores instalados no Brasil.
Outras fontes de divisas surgem. Estima-se,
por exemplo, que os exportadores brasileiros acumularam algumas dezenas de
bilhões de dólares no exterior em 2020 e 2021. Nesse período, tais recursos em
grande parte não foram internalizados, dadas as incertezas domésticas. O quadro
agora mudou.
Por fim, o país vem sendo favorecido nos
fluxos internacionais de recursos. Neste ano, até 21 de março, R$ 81 bilhões de
investidores estrangeiros ingressaram na Bolsa.
Deve-se ter em mente, entretanto, que
humores do mercado financeiro são voláteis. Assim como o encarecimento anterior
do dólar pode ter sido exagerado, o efeito inverso agora não é testemunho da
qualidade da política econômica.
Certamente há um efeito favorável no
controle da inflação, mas permanecem as dúvidas sobre o compromisso com a
solidez fiscal e a capacidade de restaurar dinamismo econômico e social, no
governo atual e no próximo.
Eleitor informado
Folha de S. Paulo
Datafolha mostra temor ante fake news, que
demandará bom senso das autoridades
Com a proximidade das eleições, parte das
autoridades brasileiras vem, felizmente, se movimentando com o intuito de
impedir que redes sociais e aplicativos de mensagem tornem-se novamente
instrumento de campanhas de desinformação como as do pleito de 2018.
Essa preocupação, tudo indica, é
compartilhada por parcela expressiva da população. Pesquisa Datafolha realizada
nos dias 22 e 23 de março mostra que 81% dos eleitores apoiam a exclusão de
notícias falsas pelas redes sociais, enquanto 14% defendem que os usuários
sejam alertados de que determinado conteúdo é falso.
Ou seja, para a quase totalidade dos
brasileiros, as grandes empresas de tecnologia devem ter um papel ativo em
relação àquilo que é disseminado em suas plataformas, aceitando suas responsabilidades
como editores de informação —algo que elas, reconheça-se, já começam a fazer.
Tal opinião ampara-se na percepção,
correta, de que a circulação copiosa de notícias falsas, longe de ser
inofensiva, é capaz de provocar graves distorções no processo eleitoral. Para
60%, a desinformação propagada em redes sociais e aplicativos pode ter muita
influência, e para 22%, um pouco.
A maioria (51%) também defende que as
plataformas que se recusarem a cumprir as determinações da Justiça devem
ter o serviço suspenso. Foi o que ocorreu na última semana com o Telegram,
cujo uso vem se difundindo rapidamente entre os brasileiros.
A drástica medida foi tomada pelo ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após a empresa ignorar
sistematicamente as tentativas de contato do Tribunal Superior Eleitoral,
agindo como se estivesse fora do alcance da legislação brasileira. Surtiu, ao
menos, um efeito rápido.
Antes mesmo que a decisão pudesse ser
implementada, o Telegram aceitou respeitar os ditames da lei, anunciando uma
série de ações para coibir a desinformação e designando, enfim, um
representante legal no país.
Agir nessa seara ao longo do ano exigirá
bom senso e equilíbrio das autoridades, cujo imperativo de combater práticas
abusivas deve ser exercido sem que a livre circulação de ideias e a privacidade
pessoal terminem comprometidas.
O recente acordo entre o TSE e as empresas
que administram redes sociais parece uma alternativa razoável, enquanto o
Congresso não chega a um regramento do setor.
Empresariado almeja a sustentabilidade
O Estado de S. Paulo.
Mas é indispensável que o poder público cumpra a sua parte, oferecendo incentivos, bons quadros regulatórios e canais diplomáticos – o oposto do que faz o governo
Uma pesquisa da consultoria Russell
Reynolds Associates reportada pelo Estadão mostra que os executivos brasileiros
estão mais empenhados do que seus pares internacionais na implementação de
práticas sustentáveis. Além de revelar a vitalidade da consciência cidadã no
empresariado nacional, o fato sinaliza a importância de políticas públicas que
a auxiliem a dar seus melhores frutos, mas também o descompasso do atual
governo com a sociedade civil.
A pesquisa ouviu quase 10 mil lideranças do
Brasil, EUA, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Austrália, México,
Índia e China. Enquanto no Brasil 50% esperam que nos próximos cinco anos a
sustentabilidade seja incorporada em toda a estratégia de negócios, a média dos
outros países é de 39%.
Um dado importante, em se tratando de um
tema, por assim dizer, “da moda”, como a agenda ESG (sigla em inglês para
práticas ambientais, sociais e de governança), é que estas não são palavras ao
vento, só “para inglês ver”. O Brasil se destaca também nas ações: 50% de seus
executivos disseram já ter adotado alguma estratégia de sustentabilidade. A
média global é de 43%. No Brasil, 37% têm se empenhado em estabelecer parcerias
para promover avanços em sustentabilidade. Nos outros países, são 23%.
A influenciar este comportamento não só
virtuoso, mas lucrativo – os lançamentos de títulos verdes no País, por
exemplo, subiram 41% entre 2020 e 2021 –, há condições estruturais e
circunstâncias conjunturais.
Uma das explicações para o destaque do
Brasil é o fato de a economia brasileira ser consideravelmente ligada ao
agronegócio. O País é guardião de um incomparável patrimônio ambiental, e, além
das preocupações genuínas dos empresários com a sua proteção, eles sabem que
serão cobrados por investidores e consumidores. Analogamente, condições
especialmente desabonadoras para o Brasil, como a histórica desigualdade social
e os altos índices de corrupção, também pedem uma atuação responsável das
empresas.
Do ponto de vista conjuntural, o empenho
excepcional do empresariado brasileiro também é uma forma de compensar os
estragos causados por um governo retrógrado.
Faz parte da mitologia bolsonarista a ideia
de que Jair Bolsonaro é um defensor da economia de mercado contra as ameaças
“socialistas”. Esse engodo não é apenas desmentido pela sua medíocre trajetória
parlamentar, marcada não só pela indiferença, mas pela franca oposição a
propostas liberais, nem pela atuação de seu “super” Ministério da Economia, que
oscila entre dois pólos antagônicos a um liberalismo moderno: o sucateamento de
direitos trabalhistas e sociais e a capitulação às hostes corporativistas no
Congresso. Em momentos decisivos para as políticas econômicas nacionais, o
próprio empresariado desmentiu, explícita e contundentemente, o “Mito”.
Foi assim na pandemia, ante as tentativas
de Bolsonaro de sabotar as medidas de contenção sanitárias para “salvar” a
economia. Acima de tudo, é assim ante os atentados ambientais de Bolsonaro. Já
virou rotina: toda vez que Bolsonaro lança algum ataque antiambiental, supostamente
em prol das forças produtivas, essas forças se veem obrigadas a se unir para
apagar o incêndio. Recorrentemente, as entidades representantes do agronegócio
emitem notas repudiando o descaso com a devastação florestal. No mais recente
capítulo, as companhias mineradoras deslegitimaram o projeto de lei que propõe
a liberação da mineração em terras indígenas.
Em um ano eleitoral, esses episódios,
somados aos dados que revelam o engajamento do empresariado em projetos de
sustentabilidade, são particularmente tempestivos para relembrar aos candidatos
a importância de integrar a agenda ESG em seus programas. O empenho da
sociedade civil é condição necessária, embora não suficiente, para que a
cultura da sustentabilidade prospere no País. É indispensável que o Estado
cumpra a sua parte, abrindo canais diplomáticos com a comunidade internacional,
garantindo bons quadros regulatórios e oferecendo incentivos – o exato oposto
do que faz o atual governo.
Ensino integral, jovens íntegros
O Estado de S. Paulo.
O ensino integral ajuda a agregar
competências cognitivas e socioemocionais, teoria e prática, estudo e trabalho,
além dos professores, famílias e comunidades dos alunos
Em meio a tantos retrocessos na educação
causados pela pandemia e um Ministério da Educação disfuncional, uma boa
notícia é que a ampliação de ofertas de tempo integral continua ganhando
tração, especialmente no ensino médio.
O governo de São Paulo anunciou um aumento
da carga horária de 950 escolas para o modelo integral até 2023, o que
permitirá aumentar o contingente de alunos nesse regime de 24% para 40%. Em
2022, Minas Gerais promete ampliar de 391 para 601 as escolas em tempo
integral. O Ceará anunciou um ambicioso plano de universalização do tempo
integral no ensino médio até 2026.
Na pandemia houve queda generalizada de
matrículas na Educação Básica, mas o ensino médio em tempo integral foi
exceção. Nos últimos cinco anos, segundo o Censo Escolar, a proporção de alunos
em tempo integral na rede pública praticamente duplicou, de 8,4%, em 2017, para
16,4%, em 2021. Entre 2019 e 2020, 18 dos 27 Estados apresentaram aumento
acentuado, de 30% ou mais, nas escolas em tempo integral.
A menor exposição à aprendizagem é uma das
principais causas da defasagem do ensino brasileiro em relação às nações
desenvolvidas. Nelas, é normal uma jornada de 7 horas ou mais, enquanto a média
no Brasil é de 5 horas, e o tempo de exposição à aprendizagem é ainda menor,
pouco menos de 2 horas.
Estima-se que um ano de Português e
Matemática no ensino médio em tempo integral equivalha a três anos em escolas
de tempo parcial. Os ganhos de desempenho são evidentes. Um levantamento do
Instituto Natura mostra que no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(Ideb) de 2019, enquanto a média das escolas parciais foi de 4 pontos em 10, a
das integrais chegou a 4,7 pontos, superando a meta do Plano Nacional de
Educação para essa etapa do ensino. Entre 2017 e 2019, as escolas no modelo
parcial cresceram 9,7% no Ideb, enquanto as que migraram para o integral melhoraram
17,3%.
Pernambuco é o grande exemplo de
implementação do ensino integral. Em 2008, o Estado adotou o modelo como
política pública e hoje é o que tem mais escolas do ensino médio em tempo
integral: 55%. Entre 2007 e 2019, Pernambuco saltou da 22.ª posição no Ideb,
para a 3.ª.
Nacionalmente, o desafio é grande. O Brasil
está longe da meta de oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas
públicas e 25% das matrículas até 2024. No ensino médio, só quatro Estados
bateram a meta de matrículas: Pernambuco (48%), Paraíba (46%), Ceará (37%) e
Alagoas (30%), e só Pernambuco bateu a meta de escolas. De resto, se no ensino
médio a oferta vem crescendo, no fundamental está caindo. Na educação básica
como um todo, a proporção de escolas caiu, entre 2015 e 2020, de 44,6% para
29,5%.
Além da ampliação da oferta, há o desafio
do suporte e capacitação dos professores, fundamentais para que o tempo a mais
na escola seja revertido em atividades produtivas.
Isso é importante, porque, muito além da
carga horária, a “integralidade” do modelo se refere a uma abordagem holística
da vida do aluno. Ela viabiliza uma proposta pedagógica multidimensional que
complementa a transmissão de conteúdos cognitivos com a ampliação de
competências socioemocionais. O conteúdo é solidificado, por meio de uma
integração entre teoria e prática em aulas mais dinâmicas e laboratórios. Além
disso, é possível construir com o aluno, através de um processo de
experimentação de diversas atividades eletivas e interdisciplinares, um projeto
de vida e trajetória profissional conforme seus interesses.
Um dos resultados imediatos é a ampliação
de oportunidades profissionais. Um estudo do Instituto Sonho Grande com
egressos de escolas integrais em Pernambuco mostrou que a possibilidade de que
eles ingressem no ensino superior é 17 pontos maior (63% contra 46% das
parciais). Estima-se um aumento de 18% na renda média dos egressos.
Por fim, escolas integrais também ampliam o espaço de participação e cooperação entre a escola e as famílias e comunidades dos jovens. Mais do que um local de transmissão de conteúdos, as escolas se tornam núcleos de criatividade cívica.
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