Eleitor consagrou gestores eficientes nas prefeituras
O Globo
Mais que disputa ideológica entre direita e esquerda, pleito local reflete qualidade da administração
O quadro final das eleições municipais será
definido apenas daqui a três semanas. Das dez cidades mais populosas, seis só
conhecerão o nome do próximo prefeito no fim do mês. Mas, encerrado o primeiro
turno, já é possível tirar algumas conclusões sobre o resultado.
Partidos de direita e centro-direita saíram
fortalecidos. Os que mais elegeram prefeitos foram PSD (878), MDB (847), PP
(743) e União Brasil (578). O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, vem em
seguida, com 510. Elegeu dois prefeitos de capitais (Maceió e Rio Branco),
continua no páreo em nove, entre elas Fortaleza, Belo Horizonte e Goiânia, e
venceu em mais oito dos 50 maiores municípios que definiram resultado no
domingo. Mas ficou muito aquém dos planos anunciados de conquistar mais de mil
prefeituras.
Ao todo, o arco que vai da direita ao centro — incluindo PL, Republicanos, MDB, PSD, União Brasil, PP, Podemos e Novo — elegeu 43 desses 50 prefeitos. A esquerda — PT e PSB —, apenas quatro. Juntos, os quatro principais partidos de esquerda — PT, PSB, PDT e PSOL — somaram 18,9% dos votos válidos no primeiro turno, ante 19,3% quatro anos atrás. O PT recuperou prefeituras — em 2020, elegeu 182 prefeitos; desta vez conquistou 248 e ainda disputa 13 municípios. Mas também ficou aquém do desejado: não elegeu prefeito em nenhuma capital, apenas em duas das 103 maiores cidades. Nas quatro capitais em que foi para o segundo turno, as chances não são promissoras.