Governo erra ao vender arroz importado tabelado
O Globo
Desabastecimento, se houver, será
consequência do controle de preços, pois 84% da safra gaúcha está colhida
Não se pode dizer que o governo federal não
tenha agido em resposta às chuvas que arrasaram o Rio Grande do
Sul. Entre outras iniciativas, anunciou a concessão de um
vale-reconstrução para cerca de 200 mil famílias, um programa para compra de
imóveis por meio do Minha Casa, Minha Vida e créditos para empresas atingidas.
Mas o Planalto erra feio ao intervir no mercado com a desnecessária importação
de arroz, sob pretexto de equilibrar os preços.
Depois de um vaivém de liminares, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou nesta quinta-feira um leilão para comprar 263 mil toneladas de arroz importado, movimentando R$ 1,3 bilhão. Poderá haver outros. A Medida Provisória 1.217/2024 autoriza a compra de até 1 milhão de toneladas em 2024. O argumento do governo é que o Rio Grande do Sul produz quase 70% do arroz do Brasil, e os estragos causados pelas chuvas poderiam desestabilizar o mercado, favorecendo a especulação e encarecendo o produto.