Corte de verbas em meteorologia deixa país vulnerável
O Globo
Catástrofe gaúcha mostra que, enquanto
governo gasta onde não é preciso, corta o indispensável
As chuvas que devastaram o Rio Grande do Sul
no mês passado impuseram uma lição contundente: União, estados e municípios
precisam se preparar melhor para lidar com fenômenos climáticos extremos, que,
em razão do aquecimento global, se tornaram e se tornarão mais frequentes e
mais intensos. Para isso, previsões meteorológicas são críticas.
Paradoxalmente, neste momento de demanda crescente, o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet)
vem sendo esvaziado.
Como mostrou reportagem do GLOBO, o orçamento empenhado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária ao Inmet vem caindo. Foram R$ 29,1 milhões em 2020, R$ 27,6 milhões em 2021, R$ 22,1 milhões em 2022, R$ 16,1 milhões no ano passado e R$ 11,5 milhões no primeiro semestre. Quando observados os valores para a área de meteorologia (e não apenas para o Inmet), também houve queda. Em 2022, foram empenhados R$ 24,7 milhões e pagos R$ 22,7 milhões. Em 2023, R$ 18,4 milhões e R$ 18,3 milhões. Neste ano, R$ 15,5 milhões e R$ 12 milhões até agora.