Brasília atrapalha integração com governos
locais ao politizar a tragédia
O Globo
Medidas anunciadas por Lula vão na direção
certa, mas seu uso político prejudica ajuda à população atingida
Em sua terceira visita ao Rio Grande do Sul
desde as chuvas que devastaram o estado, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou uma secretaria extraordinária, comandada in loco pelo
ex-ministro da Secretaria de Comunicação Paulo Pimenta.
O objetivo, diz o Planalto, é facilitar a articulação entre os governos
federal, estadual e dos 497 municípios gaúchos.
Não se discute a necessidade de criar canais para dar celeridade às decisões envolvendo os três níveis de governo na assistência às vítimas e na reconstrução. Mas a nomeação de Pimenta, candidato potencial ao governo do Rio Grande do Sul pelo PT sem experiência na gestão de catástrofes, transparece mais oportunismo político que preocupação genuína com a população que perdeu tudo e, mais que nunca, depende da ajuda do Estado.