Candidatos têm de manter compostura nos debates
O Globo
Depois da cadeirada de Datena em Marçal,
baixaria continua a tomar conta dos eventos na TV em SP
Nem o episódio grotesco da cadeirada no
debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado pela TV Cultura no
fim de semana acalmou os ânimos. Em novo debate realizado pela Rede TV! e pelo
portal UOL nesta terça-feira, o candidato Pablo Marçal (PRTB),
com uma das mãos enfaixadas, voltou à carga. Ofendeu o prefeito Ricardo Nunes (MDB)
e provocou de novo José Luiz Datena (PSDB).
Nunes reagiu em tom de voz alterado. Datena respondeu que não bateria em
“covarde” duas vezes. O bate-boca continuou. A moderação teve de conceder
múltiplos direitos de resposta para conter a baixaria insuflada por Marçal e
repercutida pelos adversários.
No domingo, na cena-símbolo do descontrole e
da violência que tomaram conta dos debates, Datena respondeu às provocações
constantes e malcriadas de Marçal lançando uma banqueta sobre o adversário. Foi
um desrespeito ao eleitorado paulistano e uma evidência material de que nenhum
dos dois está qualificado para exercer cargo político de qualquer natureza.
Datena argumentou que sua reação foi humana. Pode até ser verdade. Mas não é reação aceitável de alguém que se julga apto a governar a maior cidade brasileira. Que o partido fundado por próceres da democracia, como Fernando Henrique Cardoso ou Franco Montoro, tenha escolhido um candidato capaz de protagonizar incidente tão vexatório é sinal preocupante do nível de decadência a que chegou.