Atentado expõe os riscos da radicalização
O Globo
Mesmo que sejam ato isolado, explosões em
Brasília mostram que as autoridades não aprenderam todas as lições do 8 de
Janeiro
É grave o atentado na Praça dos Três Poderes,
em Brasília.
O autor parou um carro carregado de explosivos num estacionamento da Câmara,
incendiou o veículo, caminhou em direção ao prédio do Supremo Tribunal Federal
(STF),
arremessou outros explosivos contra o prédio ao lado da escultura que
representa a Justiça, depois se matou em nova detonação. O mais preocupante é
que tenha chegado tão perto do Supremo e do Palácio do Planalto, expondo mais
uma vez a vulnerabilidade do coração da República.
Tal fragilidade ficara evidente no trágico 8
de janeiro de 2023, quando, tentando tomar o poder, golpistas invadiram a Praça
dos Três Poderes e depredaram Congresso, Palácio do Planalto e STF. As novas
explosões mostram que, aparentemente, as autoridades não aprenderam todas as
lições que deveriam ter aprendido no episódio.
Nem foi a primeira vez que atos terroristas abalaram a capital. Em 2022, no ambiente polarizado depois da eleição, radicais tentaram explodir um caminhão de combustível perto do Aeroporto de Brasília. A tentativa só não deu certo porque o motorista percebeu um objeto estranho e chamou a polícia. Houve também sabotagens a torres de transmissão de energia e mobilização armada em acampamentos.