Conversa entre Poderes é positiva para o país
O Globo
Não necessariamente acordo sobre emendas
parlamentares será o ideal. Mas é melhor que embate institucional
Embora tenso, foi positivo o encontro entre
os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
os presidentes da Câmara, Arthur Lira,
do Senado, Rodrigo
Pacheco, e representantes do governo para negociar um acordo capaz
de aplacar as divergências em torno das emendas parlamentares. Não há dúvida de
que se avançou depois do conflito desencadeado pela decisão do ministro Flávio
Dino — referendada por unanimidade no plenário do Supremo — de suspender o
pagamento de emendas até que Congresso e Planalto criem regras garantindo mais
transparência e rastreabilidade a esses repasses.
O acordo está longe de representar a solução ideal para a questão, até porque mantém inalterada a parcela do Orçamento sob controle dos parlamentares — em torno de R$ 50 bilhões, ou 20% dos gastos livres do governo (patamar sem paralelo no mundo). Mas pelo menos muda os procedimentos, em particular nas emendas individuais que os congressistas podem enviar diretamente a estados ou municípios sem exigência de projeto ou mecanismo de controle, apelidadas “emendas Pix”. Pelo que foi pactuado, eles terão de revelar como os valores serão usados. Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) ficará responsável pela fiscalização.