Não falta apenas dinheiro para melhorar educação
O Globo
Gasto por aluno no Brasil está abaixo do
ideal. Mas reduzir desigualdade já permitiria usá-lo com mais eficiência
A despesa anual média por aluno no ensino
fundamental brasileiro (US$ 3.668) é um terço do gasto nos países avançados
(US$ 11.914), como demonstrou o último relatório Visão Geral da Educação,
divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com o relatório, há relação entre gastos na educação entre 6 e 15
anos e o desempenho nos testes de avaliação internacional — mas apenas até
certo limite.
É verdade que, em condições ideais, a despesa brasileira por aluno deveria ser maior, mas seria um erro considerar que o avanço lento da qualidade do ensino por aqui resulta apenas da falta de dinheiro. O governo brasileiro gasta em educação uma parcela do PIB (4,42%) superior à de Estados Unidos, Holanda, Coreia do Sul, Canadá, Alemanha, Austrália, Japão e à média da OCDE. Países ricos hoje com gasto per capita superior ao brasileiro não chegaram à situação atual destinando fatias muito maiores. Com o orçamento atual, o Brasil ainda tem muito a avançar.