Teimosia de Biden amplia favoritismo de Donald Trump
O Globo
Presidente americano não dá sinal de desistir
da reeleição, apesar da pressão e das evidências de declínio cognitivo
O encontro
que celebra os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte acontece
em Washington com todos os olhos voltados ao anfitrião, Joe Biden.
O mundo vive uma situação crítica, com guerras na Ucrânia e no Oriente Médio, a
ascensão de regimes autoritários e a pressão sobre a democracia por toda parte.
E, apesar de tudo isso, a principal preocupação do governo da maior potência
planetária é mostrar que Biden, aos 81 anos, tem plena capacidade cognitiva e
silenciar quem exige que desista da reeleição.
O objetivo do debate na TV entre Biden e Donald Trump em junho era acabar com qualquer dúvida a respeito de suas faculdades mentais. A voz rouca e titubeante, as frases sem nexo e os silêncios repentinos surtiram o efeito oposto. Seu desempenho constrangedor e suas aparições posteriores só fizeram crescer a pressão para que abra mão da candidatura. Publicações de prestígio, como The Economist, The Wall Street Journal, The Boston Globe, The Washington Post ou The New York Times — este último duas vezes—, defenderam em editoriais a desistência de Biden. De acordo com pesquisa da CBS e da YouGov, 72% dos eleitores acham que ele não tem a saúde mental e cognitiva necessária para o cargo de presidente, sete pontos percentuais a mais que antes do debate. Num levantamento da Morning Consult, 60% defenderam a troca por outro candidato. Na sondagem New York Times/Siena College, Trump ampliou sua vantagem na preferência dos eleitores, abrindo diferença de seis pontos percentuais (49% contra 43%). Em todos os subgrupos — demográfico, geográfico ou ideológico —, a maioria considera Biden inepto ou senil.