Ao enfrentar incêndios, governo Lula avança pouco sobre anterior
O Globo
PT e Rede, hoje no poder, entraram na gestão
Bolsonaro com ação que levou Supremo a agir como Executivo
Os incêndios que se alastram pelas regiões
Norte, Centro-Oeste e Sudeste, lançando fumaça sobre 60% do território
nacional, despertaram uma reação insólita nas instituições. O Supremo Tribunal
Federal (STF)
passou por cima do Executivo e, por decisão do ministro Flávio Dino,
ordenou o deslocamento de forças policiais e bombeiros militares dos estados
não atingidos às regiões afetadas. Por mais meritória que seja a medida — não
há dúvida de que o combate ao fogo é urgente —, no ordenamento da democracia
brasileira ela não cabe a um juiz do Supremo.
A decisão se torna ainda mais inusitada quando se descobre que foi tomada no contexto de três ações impetradas no Supremo contra o Executivo, ainda na gestão Jair Bolsonaro, cujos autores são o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a Rede Sustentabilidade, da ministra Marina Silva. Ora, tanto Lula quanto Marina, que tanto criticaram a política ambiental do governo anterior, hoje detêm poderes constitucionais para pôr em marcha toda sorte de medida no combate ao fogo. Por que, afinal, seus partidos precisam da ajuda do STF?