É preciso ser mais firme na repressão às queimadas
O Globo
Seca severa favorece disseminação de focos de
incêndio, mas a maioria deles tem origem criminosa
A seca severa e a baixa umidade têm
favorecido a profusão de focos de incêndio que espalham fumaça por quase todo o
país, causando transtornos que vão muito além do problema ambiental. Ficaram
evidentes nos últimos dias as implicações na saúde e na infraestrutura, com
aumento de atendimentos por doenças respiratórias, interdição de estradas e
suspensão de voos. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) relacionou 70
cidades onde, até a penúltima semana de agosto, não havia caído uma gota de
chuva sequer em mais de cem dias.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que, de janeiro até o último dia 24 de agosto, haviam sido detectados quase 105 mil focos de incêndio em todo o país, marca superada apenas pela de 2010, quando foram registrados perto de 119 mil focos entre janeiro e agosto. A quantidade de incêndios neste ano já é 75% maior do que em 2023. Apenas no Estado de São Paulo, as 3.175 ocorrências de agosto representam um recorde desde 1998, quando começou a medição.