Aposta de Macron contra extrema direita fracassou
O Globo
Com desempenho sem precedente em eleição
legislativa, partido de Marine Le Pen pode chegar ao poder
Apenas daqui a uma semana ficará claro o
tamanho do avanço do Reunião Nacional (RN), de extrema direita, nas eleições
legislativas francesas. Mas desde já é possível afirmar que não será pequeno.
Na França,
a disputa pelas 577 cadeiras da Assembleia Nacional ocorre em dois turnos. No
domingo, 37 candidatos do RN obtiveram mais de 50% dos votos e foram eleitos. A
Nova Frente Popular, coalizão dominada pela extrema esquerda, elegeu 32, e a
aliança centrista do presidente Emmanuel
Macron só dois.
Embora haja um movimento nacional pela união de forças republicanas — um conceito elástico que pode abranger da centro-direita à extrema esquerda — contra o RN na derradeira votação de domingo pelas cinco centenas de vagas que seguem em disputa, é praticamente inevitável seu crescimento inédito. Projeções sugerem que o partido poderá ficar com uma fatia entre 230 e 280 cadeiras (hoje tem 88). Para assumir o cargo de primeiro-ministro, o presidente do partido, Jordan Bardella, impôs como condição a conquista da maioria absoluta (289 cadeiras), uma meta tangível. Mas, ainda que fique aquém dela, é certo que o RN criará todo tipo de problema aos projetos de Macron.