Ingerência política é nociva para fundos das estatais
O Globo
Ao cobiçar dinheiro para PAC, Lula repete
erro que provocou desperdício e corrupção noutras gestões petistas
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva repete um erro de seus primeiros governos ao pleitear mudanças na
política de investimentos dos fundos de pensão das estatais para que possam
alavancar projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Se
concretizada, a permissão será um equívoco, como era no tempo das obras em que
o dinheiro dos cotistas escoou pelo ralo e escândalos de corrupção eram
frequentes. O propósito dos fundos de pensão é garantir as aposentadorias e
pensões de seus associados. Com as mudanças, passariam a ser regidos por
interesses políticos, em detrimento desse objetivo.
Lula se reuniu com representantes dos fundos de Banco do Brasil (Previ), Petrobras (Petros), Caixa Econômica (Funcef) e Correios (Postalis). Sobre a mesa, uma proposta de resolução da Superintendência Nacional da Previdência Complementar (Previc), órgão regulador do setor. O texto prevê a inclusão de novas possibilidades de investimento, entre elas títulos de dívida (debêntures) de infraestrutura. Pela regra atual, os fundos estão proibidos de aplicar em imóveis e têm até dezembro de 2030 para se desfazer daqueles ainda presentes nas suas carteiras.