Legalizar cassinos e jogos de azar é a melhor solução
O Globo
Não faltam exemplos no mundo para inspirar
legisladores a mitigar os riscos associados à atividade
Desde 1946, quando cassinos e jogos de azar
foram proibidos no Brasil, nada impediu que a jogatina se expandisse na
clandestinidade — basta lembrar a popularidade do jogo do bicho. O Estado se
tornou o único banqueiro autorizado com as loterias, mas o poder público deixou
de exercer sua função de regulador. Com a internet, o brasileiro passou a
apostar em sites no exterior, sem ter a quem reclamar caso enganado. Só com a
recente regulamentação das apostas esportivas a situação começou a mudar. Um novo passo
é o Projeto de Lei que legaliza cassinos, bingos e o jogo do bicho, aprovado na
Câmara e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Passados 78 anos da proibição, está claro que a melhor alternativa é legalizar o jogo. É preciso, é verdade, tomar cuidados para mitigar riscos como lavagem de dinheiro ou dependência dos apostadores. Mas há formas de punir responsáveis por manipulações criminosas. E sobram exemplos no mundo para inspirar a regulação de cassinos e outras modalidades de apostas. “Os indicadores econômicos e sociais dos países melhoraram, não houve aumento da violência nem da evasão fiscal”, diz o senador Irajá (PSD-TO), relator do projeto na CCJ do Senado.