Produtividade baixa é raiz da pobreza brasileira
O Globo
Crescimento de apenas 0,3% ao ano desde 2010
é insuficiente para aumentar renda da população
Há cinco anos o Brasil está entre as dez
piores posições no ranking de competitividade do International Institute for
Management Development (IMD), da Suíça. Na última edição, ocupa a 62ª posição
num total de 67 países, à frente apenas de economias desajustadas como Nigéria
ou Venezuela. Um olhar sobre o histórico recente da produtividade mostra onde
estão as deficiências. Em 1980, eram necessários dois brasileiros para produzir
tanta riqueza quanto um americano. Hoje é preciso quatro.
Quando se discute a pobreza persistente no Brasil, muito se fala na necessidade de ampliar e aprimorar programas sociais. Eles são necessários no presente, mas insuficientes para o futuro. Pouco se discute o principal indicador que traduz o atraso da nossa economia: a produtividade. Desde 2010, ela cresceu 0,3% ao ano, acima apenas da década perdida nos anos 1980. Nos últimos 13 anos, o investimento na produção aumentou pouco, e a alocação de recursos perdeu eficiência.