domingo, 29 de setembro de 2024

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Liderança global de Lula entrou em declínio

O Globo

Passagem por Nova York mostra que passou o tempo em que o presidente encantava as plateias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o possível na semana passada para se projetar como liderança global em Nova York. Discursou na abertura da Assembleia Geral da ONU, participou de reunião do G20, disparou críticas contra seus desafetos Benjamin Netanyahu e Volodymyr Zelensky, manteve encontros bilaterais com Pedro Sánchez, Cyril Ramaphosa e Gustavo Petro, defendeu reformas na governança global e foi conversar até com representantes de agências de risco, na tentativa de melhorar a nota do Brasil.

Não dá para negar seus esforços. Mas Lula está longe de alcançar os resultados que gostaria. A verdade é que, em seu terceiro mandato, ele é conhecido no exterior, mas não é mais o líder popular que já foi um dia. Um termômetro disso é uma pesquisa recente do Pew Research Center, com dados recolhidos entre janeiro e abril em cinco países da América Latina: ArgentinaChileColômbiaMéxico e Peru. Os resultados mostram que é baixa a confiança latino-americana em Lula fazer o que é certo em termos de política externa. Nem no próprio continente ele consegue atrair a simpatia da maioria.

Os que mais confiam em Lula são os argentinos (das respostas, 40% foram positivas e 49% negativas). Os mais críticos são os chilenos (62% de respostas negativas), seguidos de mexicanos (60%), peruanos (55%) e colombianos (53%). As respostas são coerentes com a inclinação recente à direita na América do Sul, marcada pela ascensão do argentino Javier Milei à Casa Rosada. Em relação ao Brasil, em contraste, a percepção é positiva. Os argentinos têm a visão mais favorável do país (59% de respostas positivas), seguidos de peruanos (58%) e colombianos (55%) A pesquisa também foi feita nos Estados Unidos. Os americanos são mais reticentes com relação ao Brasil que os latino-americanos: 47% têm imagem favorável e 46% desfavorável.

Merval Pereira - A divisão da direita

O Globo

Desunida, a direita pode ter dificuldade de chegar ao poder em 2026, a não ser que Bolsonaro possa disputar a eleição

É possível que São Paulo tenha dois candidatos de direita no segundo turno? As pesquisas eleitorais mostram que essa hipótese existe, embora menos provável do que uma disputa entre o prefeito Ricardo Nunes e o psolista Guilherme Boulos. Em Goiás, também a direita está dividida entre o candidato do governador Ronaldo Caiado, a quem Bolsonaro chamou de covarde recentemente, e o do ex-presidente.

Ao que tudo indica, a direita brasileira dará uma demonstração de força no próximo fim de semana, mas também de divisão, o que pode dificultar a chegada ao poder em 2026. A não ser que Bolsonaro, por um golpe de mágica jurídica que costuma acontecer entre nós, possa disputar a eleição. Nesse caso, a direita e a extrema direita se unirão em torno de seu nome, e esse é um fenômeno que pode fazer com que a direita tradicional seja fagocitada.

Hoje, existem vários candidatos disputando o direito de ter o apoio de Bolsonaro para ser o candidato da direita na próxima eleição presidencial, todos pisando em ovos para não irritar o líder, que, assim como Lula fez com a esquerda em 2018, não pretende abrir mão da sua prerrogativa enquanto não se esvanecer a última esperança de concorrer. Assim como aconteceu naquela ocasião, a direita perderá tempo discutindo quem é o herdeiro de Bolsonaro, com a peculiaridade que todos, com exceção de um, são de centro-direita e se veem induzidos a radicalizar para agradar ao chefe.

Míriam Leitão - Direita perdida e elite inculta

O Globo

A direita virou um satélite de extremistas, a elite não encontrou o rumo da atualidade, isso coloca em risco o projeto de país

A direita dividiu-se nessa eleição com conflitos de fazer sombra à sempre dividida esquerda. Jair Bolsonaro em cima de um palanque berrou duas vezes que Ronaldo Caiado é um governador covarde. O sócio de Pablo Marçal deu um soco no publicitário de Ricardo NunesOs 20% dos eleitores paulistanos que se dizem bolsonaristas entregam 48% de intenção de votos a Marçal e 39% a Nunes, segundo o último Datafolha. A Faria Lima, que administra o dinheiro poupado da classe média e dos ricos, se inclina por um candidato que não tem uma única ideia de como administrar a maior cidade do país. Um empresário dono de startup de educação para gestores diz que mulher não pode ser CEO. O agro tecnológico nada faz para se separar da lavoura arcaica. Vivem juntos.

Murillo de Aragão - A degradação da política

Revista Veja

Eleição em São Paulo evidencia a mediocridade dos candidatos

As eleições municipais da cidade de São Paulo têm se revelado um verdadeiro teatro do absurdo, evidenciando a mediocridade dos candidatos. Algo que deveria causar profunda indignação, considerando que estamos falando da cidade mais importante do Hemisfério Sul.

Os sucessivos debates entre os concorrentes à prefeitura, ao invés de promoverem discussões profundas sobre os problemas estruturais da maior metrópole do país, foram desviados por episódios lamentáveis, como a cadeirada do candidato José Luiz Datena (PSDB) no adversário Pablo Marçal (PRTB) e, mais recentemente, o soco desferido por um assessor de Marçal no marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Esses eventos não são meramente incidentes isolados. São sintomas de uma crise mais profunda na política brasileira. A mediocridade dos candidatos não apenas reflete a degradação do debate público, mas também aponta para um estágio alarmante da política nacional.

Dorrit Harazim - Guerra sem paz

O Globo

As intermináveis rodadas de negociações quadripartites acabam implodidas por novas exigências de Netanyahu

A História registra anos em que a Humanidade é forçada a se fazer perguntas. Em 2001, o mundo que testemunhou o ruir das Torres Gêmeas deixara de ser compreensível, e ficamos atarantados por um bom tempo. Outros anos da História exigem respostas, dão início a uma era de urgência, e 2024 parece elencado a ocupar esse papel. Estamos falando, é claro, da guerra sem paz no Oriente Médio.

Em seu aguardado discurso no plenário da ONU, na sexta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tonitruou certezas por mais de meia hora. Orador eloquente, de sua boca não se ouviu uma única vez a palavra “cessar-fogo”. “Palestinos” só frequentaram en passant seu discurso de 3.979 palavras. Tal qual o solitário peixe-dourado que, embora aprisionado num minúsculo aquário, acredita estar nadando no oceano, Netanyahu deu braçadas múltiplas sem sair do lugar. Um lugar fincado na força.

Eliane Cantanhêde - Aos amigos, tudo!

O Estado de S. Paulo

STF bombardeia a Lava Jato até não sobrar um tijolo, prisão, condenação e... multa

Na sexta-feira à noite, no escurinho do cinema, o ministro do STF Dias Toffoli lançou mais uma bomba, em meio à decisão de Alexandre de Moraes sobre a volta do X, eleições na reta final, o debate crescente sobre os riscos das bets e o ataque de Israel à capital do Líbano: a anulação de todos os processos contra Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS.

Ex-advogado do PT, Toffoli foi nomeado para o Supremo nos primeiros mandatos do presidente Lula, mas votou contra o partido na época da Lava Jato, impediu Lula de sair da prisão para ir ao velório do irmão e agora se açoita anulando condenações e multas da Lava Jato. Uma reviravolta e tanto, ou um pedido de perdão?

Bruno Boghossian - A próxima guerra pelo Senado já começou

Folha de S. Paulo

Esquerda traça sua estratégia para reagir a plano de captura da Casa pelo bolsonarismo

José Dirceu fez uma curva fechada. Em 2018, o ex-ministro afirmou que a esquerda precisava de maioria no Congresso para implementar um "programa radical". Anos mais tarde, lançou um diagnóstico mais realista e disse que Lula havia formado "um governo de centro-direita" ao voltar ao poder. Agora, ele vê necessidade de ir mais longe.

Dirceu diz que a esquerda deve estar preparada para apoiar candidatos de direita ao Senado nas eleições de 2026. Em entrevista a Mônica Bergamo, o ex-ministro petista disse que será preciso seguir esse caminho em alguns estados para "evitar que haja uma maioria de extrema direita" na próxima legislatura. "Estamos preocupados", reconheceu.

Luiz Carlos Azedo - A milionária disputa pela Câmara de São Paulo

Correio Braziliense

Além da acirrada disputa pelo controle da Prefeitura de São Paulo, há uma milionária campanha pelo controle da Câmara Municipal da capital paulista

Além da acirrada disputa pelo controle da Prefeitura de São Paulo, na qual despontam o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, Guilherme Boulos (PSol) e Pablo Marçal (PRTB), há uma milionária campanha pelo controle da Câmara Municipal da capital paulista. São 55 vagas de vereadores, das quais 52 são pleiteadas pelos atuais mandatários. Independentemente de quem ganhar a eleição, a Câmara de São Paulo deve sair das mãos do atual presidente, Milton Leite (União Brasil), que assumiu seu primeiro mandato como vereador na Câmara de São Paulo, em 1997, durante a gestão de Celso Pitta

Sete prefeitos já passaram pela cidade, Milton Leite nunca fez oposição. Poderoso, no sexto mandato de presidente da Câmara, após mudar o regimento da Casa para permitir três sucessivas reeleições, Leite não se candidatou e decidiu apoiar dois candidatos na sua base: Silvio Antônio de Azevedo, o Silvão, seu chefe de gabinete, e Silvio Pereira dos Santos, o Silvinho, chefe de gabinete da subprefeitura de M'Boi Mirim. O primeiro recebeu R$ 3.565.826,79 de fundo eleitoral; o segundo, R$ 3.571.246,14.

Carlos Ranulfo Melo*- Direita, volver

CartaCapital

Pela primeira vez, desde 1985, desenha-se uma hegemonia conservadora nas capitais

Nos últimos anos, o crescimento dos partidos de direita tem chamado a atenção de quem acompanha a política brasileira. O ponto de inflexão encontra-se, sem margem para dúvida, na eleição de Bolsonaro em 2018 e nas transformações pelas quais passou o sistema partidário nacional, com destaque para a perda de espaço dos partidos situados ao centro e para a crise do PSDB.

O crescimento de uma multifacetada direita, englobando desde partidos que pretendem posicionar-se de maneira mais cêntrica, como o PSD, até aqueles que servem de abrigo a posições extremistas, como o PL, pode ser notado em todas as esferas de poder no País.

É evidente o declínio dos partidos progressistas e ditos de centro

No Congresso, a direita controla mais de 60% das cadeiras nas duas casas legislativas, o que não acontecia desde a eleição de 1982. Em 2018 e 2022, elegeu 12 e 13 governadores, respectivamente, em agudo contraste com o fraco desempenho nas demais eleições deste século, quando oscilou entre dois e cinco eleitos. Por fim, em um cálculo que considera apenas os maiores partidos, que tenham conquistado ao menos cem prefeituras a cada eleição, a direita passou de 39%, em 2016, para 56% dos prefeitos eleitos, em 2020.

Luiz Gonzaga Belluzzo e Nathan Caixeta - Palavras, coisas e poder

CartaCapital

A linguagem das finanças produz e enfeitiça as percepções dos sujeitos guiados pelo desejo

No período recente, especialistas e sabichões aplicaram seus palpites sobre a comunicação do Banco Central e o rumo futuro das taxas de juro. O tom geral exibido pelas colunas de opinião e editoriais é de que o “BC andou falando demais”. Essa “comunicação excessiva”, dizem os entendidos, aumentou a volatilidade sobre juros, câmbio e expectativas de inflação. O ideal para o mercado, dizem as vozes que ecoam nos corredores da Faria Lima, seria que o BC adotasse um comportamento autômato (não autônomo), seguindo as sugestões para a política monetária sinalizadas pelo boletim Focus e pela curva longa de juros.

Na posteridade da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central esgrimiram-se controvérsias a respeito do acerto ou equívoco, porventura lobrigados nos embornais dos economistas da instituição “Independente”. Lá e cá, contra e a favor, os argumentos se cingiram a digressões sobre o cumprimento das regras do regime de metas e seus prováveis danos ou benefícios causados ao desempenho da economia ao longo dos próximos anos.

Elio Gaspari -A jogatina mostrou seu rosto

O Globo

Em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com apostas pelo Pix

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, definiu a questão: “É como se a gente tivesse aberto as portas do inferno, não tínhamos noção do que isso poderia causar.”

Deveu-se ao Banco Central a revelação de fúria das chamas do inferno. Em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com apostas pelo Pix. Esse ervanário equivale a 20% do custo do programa.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, relacionou as apostas com um aumento da inadimplência. Segundo o Instituto Locomotiva, 86% dos apostadores têm dívidas e 64% estão com o nome sujo.

As portas do inferno seriam até maiores. O senador Omar Aziz estimou que, em 12 meses, os beneficiários do Bolsa Família teriam apostado R$ 10,5 bilhões usando o Pix.

Estima-se que o conjunto dos apostadores perdeu R$ 24 bilhões entre agosto de 2023 e agosto deste ano. No mês de agosto as apostas eletrônicas moveram cerca de R$ 21 bilhões. Neste mesmo mês, a arrecadação de todos os sorteios e loterias da Caixa Econômica ficou em R$ 1,9 bilhão.

Bernardo Mello Franco - A surpresa da jogatina

O Globo

É sintomático que a ficha tenha caído agora, após pressão de bancos e gigantes do varejo

O governo acordou tarde para o desastre causado pela jogatina eletrônica. Nos últimos dias, os ministros da Fazenda, da Saúde e do Desenvolvimento Social se mostraram alarmados com o problema. De Nova York, o presidente Lula prometeu se mexer. “Senão, daqui a pouco a gente vai ter cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”, justificou.

Na terça-feira, o Banco Central informou que 24 milhões de brasileiros fizeram apostas online de janeiro a agosto. Empresas do setor receberam entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês, mais de dez vezes o que foi arrecadado pelas loterias tradicionais.

Vinicius Torres Freire –É possível acabar com as bets

Folha de S. Paulo

Há como bloquear o pagamento para empresas, explicam instituições financeiras

Há meios de proibir as apostas online, nas bets. Um modo de acabar com essa jogatina seria proibir as instituições financeiras de fazer pagamentos de apostadores para as empresas de jogo: transferências bancárias quaisquer, Pix, boletos, cartão de crédito etc. É o que dizem instituições financeiras, que comentaram de modo reservado a possibilidade técnica de interditar o fluxo de dinheiro de apostas para as bets.

As tentativas de pagamentos de pessoas físicas para tais e quais empresas teriam de ser bloqueadas. Seria preciso listar oficialmente os CNPJs das empresas classificadas sob certo ramo de atividade (pela CNAE, por exemplo). Pode-se listar também um conjunto de empresas estrangeiras que exerçam tal atividade ou ainda proibir o acesso das estrangeiras às redes brasileiras.

Celso Rocha de Barros - Globalização de Lula dá alguns passos à frente

Folha de S. Paulo

Proposta é coerente com o que foi a política externa de seus governos anteriores e vai além

Lula foi à ONU defender sua visão sobre o que a globalização deve ser. É uma proposta inteiramente coerente com o que foi a política externa de seus governos anteriores, mas que dá alguns passos à frente.

A essência do discurso de Lula foi uma defesa do multilateralismo, a negociação de soluções globais para problemas globais em instituições como a ONU ou a Organização Mundial do Comércio, ambas defendidas por Lula em seu discurso. Lula também defendeu um tratado sobre pandemias a ser celebrado no âmbito da Organização Mundial da Saúde e uma "governança intergovernamental da inteligência artificial".

O discurso de Lula começou defendendo o "Pacto para o Futuro", documento aprovado em uma reunião ocorrida poucos dias antes da abertura da Assembleia. Em seu item 7, o documento diz: "hoje nos comprometemos com um novo começo do multilateralismo". A frase mais forte do discurso de Lula foi "expressões como 'desglobalização' se tornaram corriqueiras. Mas é impossível 'desplanetizar' nossa vida em comum".

Hélio Schwartsman - 'Nexus'

Folha de S. Paulo

Novo livro de Yuval Noah Harari analisa os impactos de redes de informação e da inteligência artificial

Vale a pena ler "Nexus", o novo livro do historiador israelense Yuval Noah Harari. A exemplo do que fez em obras anteriores, ele discute coisas relevantes e escreve maravilhosamente bem.

O tema desta vez são as redes de informação e a inteligência artificial. Mestre das generalizações, Harari discorre sobre esses tópicos encaixando-os numa narrativa totalizante. O mundo é o que é em larga medida por causa das diferentes formas como lidamos com informações e as realidades imaginárias que elas geram.

A diferença entre democracias e ditaduras é que as primeiras imprimem transparência ao fluxo de informações, permitindo que elas sejam avaliadas pelos cidadãos e eventualmente corrigidas, enquanto as últimas buscam apenas controlar os dados para controlar a sociedade.

Muniz Sodré - Irrelevância social de uma plataforma digital

Folha de S. Paulo

O bloqueio do X mostrou que esses dispositivos são menos necessários do que se querem vender

O celular é a janela da alma no século 21. Um clichê que poderia passar batido, mas com um fundo de verdade levado a sério por especialistas em saúde infantil. Em meados do século passado, temia-se algo assim sobre a influência da televisão, milhares de páginas e de dólares foram gastos em pesquisas sem nenhuma conclusão. Sobre o dispositivo digital, a convicção é maior: deseducativo, viciante, mas tem pontos frágeis. Elimine-se uma plataforma, nada de relevante acontece.

Isso vem a propósito do bloqueio do Twitter/X pelo STF. Aos adictos à rede soou como medida antidemocrática. Chegou-se a escrever "Elon Musk é liberdade de expressão absoluta". É que confundiram o natural lugar de fala do ato da fonação com discurso livre. A plataforma, o aplicativo são apenas simulações tecnológicas da base de toda comunicação concreta, isto é, do espaço e do tempo como meios de percepção e ação sobre as coisas. Suspendeu-se o produto no mercado de uma big tech que desrespeitou a soberania nacional, não a comunicação em que está assentada a liberdade histórica de expressão.

Poesia | Graziela Melo - Palavras

Palavras
apenas
levemente
sussurradas,

em ouvidos
ávidos
de paixão!

Doce
melodia
desejada

por uma
alma triste
e um
enternecido
coração!!!

Suaves
carícias
proferidas

em sílabas,
verbos
e vogais!!!

Só hoje
é que
escuto
em tua
boca!

Depois...
adeus, e
não te vejo
nunca mais!!!

Música | Paulinho da Viola - Argumento