Analfabetismo em queda abre novas perspectivas ao país
O Globo
Apesar do avanço mais lento que o desejável,
Brasil tem obtido êxito no combate à chaga secular
O analfabetismo, que há séculos envergonha o
Brasil, tem sido enfrentado com êxito, revelam dados do Censo de
2022. Em relação a
2010, a parcela de analfabetos na população com mais de 15 anos caiu 2,6 pontos
percentuais, de 9,6% para 7%. É verdade que, em números
absolutos, ainda há 11,4 milhões de brasileiros que não sabem ler nem escrever.
Mas a situação já foi bem pior — e tem melhorado.
“Em 1930, apenas 21% dos brasileiros estavam alfabetizados, enquanto na Argentina esse número já era 63%”, diz Claudia Costin, ex-diretora global de educação do Banco Mundial. Em 1940, menos da metade da população era alfabetizada. Apenas depois da redemocratização, a educação passou a ser encarada com a devida importância, e a partir daí o progresso tem sido contínuo, ainda que mais lento que o desejável. Para Costin, o Brasil ainda paga um preço alto pela demora em universalizar o acesso à educação primária.