Valor Econômico
Ninguém é dono do eleitorado – nem a esquerda nem a direita, até porque esquerda e direita não têm sido, de fato, protagonistas primários do processo político
Se estivermos em busca do que esteve em
disputa nas eleições municipais de 27 de outubro, em São Paulo, descobriremos
que foi o nada protagonizado pelo ninguém. Somados os “votos” brancos e nulos
aos “votos” dos que votaram abstendo-se de votar, que de fato é voto, veremos
que o grande vencedor foi o “ninguém”. Não só pela incerteza que caracterizou
essa eleição, mas também pelas características da situação eleitoral em relação
a eleições passadas.
Dizer que a zona leste da cidade era petista e de esquerda, tornou-se reduto do forasteiro Marçal e de um Nunes, que ainda se pensa como vice-prefeito ou mesmo subprefeito de Parelheiros, nada diz além do fato de que ninguém é dono do eleitorado. Nem a esquerda nem a direita, até porque esquerda e direita não têm sido, de fato, protagonistas primários do processo político. O são meramente adjetivos.