Biden fez bem em desistir de candidatura
O Globo
Com ele no páreo, derrota democrata
era quase certa. Agora partido tem nova oportunidade
Joe Biden precisou
de quase um mês para se convencer do óbvio. Depois do desempenho constrangedor
no debate com Donald
Trump em junho, até tentou permanecer no páreo em busca da
reeleição em novembro. Deu entrevistas tentando disfarçar o declínio, fez
discursos negando que desistiria, ligou para doadores e chamou congressistas à
Casa Branca. Nada funcionou. Deputados e senadores democratas continuaram
exigindo a desistência. A queda nas doações de campanha e nas pesquisas enfim o
persuadiu. Ainda se recuperando da Covid-19, Biden acabou neste domingo com as
especulações e tomou a decisão acertada. “É do interesse do meu partido e do
país que eu desista e me concentre apenas no cumprimento de meus deveres como
presidente no que me resta de mandato”, afirmou em carta aberta. Em seguida,
numa rede social, apoiou o nome da vice-presidente, Kamala
Harris, como candidata democrata.
Com Biden no páreo, a derrota era quase certa. Agora, o cenário muda. Embora a desistência esteja longe de significar vitória do Partido Democrata, traz oportunidade para uma candidatura com mais chance de derrotar Trump. Antes, o partido precisa chegar a consenso sobre o novo candidato. Dois cenários são possíveis. O primeiro é o nome ser escolhido em votação virtual antes da convenção de agosto em Chicago. O segundo é uma convenção disputada, de desfecho imprevisível.