Alta na letalidade policial em SP é preocupante
O Globo
Por décadas, o estado reduziu a criminalidade
e as violações da polícia. Não deve fugir desse padrão
Um ano após a polêmica Operação Escudo, na
Baixada Santista, o número de pessoas mortas pela polícia de São Paulo ainda
cresce. No final de julho de 2023, um policial da Rota, sigla de Rondas
Ostensivas Tobias de Aguiar, a tropa de elite da PM, foi morto no litoral
paulista. Nos 40 dias seguintes, 958 pessoas foram presas e 28 morreram. De lá
para cá, as mortes prosseguiram. No primeiro semestre, foram registradas 301 em
todo o estado, alta de 94% na comparação com o mesmo período do ano passado. A
letalidade policial voltou a níveis anteriores à expansão do uso de câmeras
corporais nos uniformes.
O fato deveria servir de alerta ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A mensagem de que é permitido aos policiais o descontrole do uso da força e as tentativas de barrar métodos de fiscalização correm o risco de elevar as acusações de crimes cometidos por agentes da lei e contaminar avanços na segurança pública duramente conquistados. Todo o país acompanha o que acontece em São Paulo.