Vaivém de Trump nas tarifas é péssimo para a economia
O Globo
Nenhuma empresa consegue planejar nem
investir nada sem saber as regras que valerão nos próximos meses
Os dois passos para lá, dois para cá encetados por Donald Trump na política comercial poderiam ser apenas reflexo de sua desorientação ou inépcia para essa dança — não fossem, antes disso, uma tragédia para a economia. Em fevereiro, Trump anunciou que elevaria alíquotas sobre produtos importados de Canadá, México e China. Dois dias depois, voltou atrás em relação aos vizinhos e suspendeu a medida por um mês. Passados 30 dias, começou a valer a nova tarifa de 25%. Em 48 horas, nova reviravolta. Produtos que fazem parte do acordo de livre-comércio da América do Norte ficaram isentos por mais 30 dias (prazo que poderá ser estendido). Nas tarifas baixadas sobre aço e alumínio, também abriu exceção para o setor automotivo. Para alguém que se considera um exímio negociador, esse tipo de vaivém pode fazer sentido. Para o mundo — em particular as empresas afetadas —, a reação tem variado da perplexidade ao desespero.