Oscar inédito de Walter Salles traz estímulo à arte
O Globo
Reconhecimento à excelência técnica, prêmio
para ‘Ainda estou aqui’ é um marco no atual momento histórico
O Oscar inédito
do diretor Walter
Salles, na categoria Melhor Filme Internacional, representa mais que
reconhecimento à competência técnica de “Ainda estou
aqui”, relato da busca da viúva Eunice Paiva por seu marido, Rubens Paiva,
assassinado nos porões da ditadura militar em 1971. Trata-se de estímulo a um
dos maiores mercados de audiovisual do mundo e de marco no atual momento
histórico. Não foi por acaso que Salles agradeceu em nome do cinema brasileiro
e dedicou a estatueta às atrizes que vivem Eunice — Fernanda Torres e Fernanda
Montenegro —, além de à própria Eunice.
O número de indicações ao Oscar é prova da excelência do trabalho, produção de VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com Globoplay, ARTE France e Conspiração. Além de concorrer com outros filmes estrangeiros, “Ainda estou aqui” foi finalista na categoria principal — Melhor Filme —, e Fernanda Torres disputou o Oscar de Melhor Atriz. Antes de ser aclamada em Hollywood, a história da família Paiva já era sucesso nas telas dentro e fora do Brasil. Aqui, o filme foi visto por mais de 5 milhões. No Reino Unido e na Irlanda, fez a melhor estreia de um filme latino-americano, arrecadando R$ 3,5 milhões no primeiro fim de semana. Na França, foi lançado no mês passado em 475 salas. Em Portugal, conquistou a maior audiência entre 16 de janeiro e 9 de fevereiro. Nos Estados Unidos, está em cartaz em 762 cinemas. Com a premiação, é certo que aumentará o impacto do cinema brasileiro no mercado doméstico e também no exterior.