Ameaças de Trump indicam mandato mais turbulento
O Globo
Antes mesmo de assumir, republicano não
descartou uso da força para pressionar aliados históricos
Logo após o republicano Donald Trump vencer
com folga as eleições presidenciais e ver seu partido conquistar maioria no
Congresso, líderes de países em diferentes partes do mundo passaram a traçar
novos cenários sobre o que aconteceria com sua volta à Casa Branca. Trump não
os fez esperar tanto. A menos de duas semanas da posse, deu o tom do segundo
mandato. Em entrevista nesta semana, declarou ser possível o uso da força para
desafiar a soberania de países aliados. Trump quer o controle do Canal do
Panamá e que a Dinamarca venda
a Groenlândia.
Na mesma ocasião, fez provocações e ameaças de pressão econômica para que
o Canadá se
torne um estado americano. Pode ser tudo parte de estratégia para obter
concessões. Com exceção de Trump e seus assessores, ninguém sabe. Daí a
impressão de que o segundo mandato será ainda mais imprevisível que o primeiro.
Nos últimos dias como secretário de Estado, Antony Blinken tem aconselhado seus pares “a não perder tempo” com a ameaça à Groenlândia. Jean-Noël Barrot, ministro de Relações Internacionais da França, também acha improvável um ataque à Dinamarca, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Expressando o sentimento de muitos, Barrot disse que estamos entrando num período “da lei do mais forte”.