Mudança climática impõe às cidades maior
preparação
O Globo
De 3 mil municípios que enfrentaram desastres
nos últimos anos, 60% não têm planos de risco ou de contingência
A tragédia vivida pelos gaúchos no ano
passado, quando chuvas torrenciais mataram mais de 180 moradores, deixaram
milhares de desabrigados, levaram serviços ao colapso e comprometeram a
infraestrutura, deveria ter surtido efeito pedagógico em políticos e gestores.
Esperava-se que se preparassem melhor para eventos climáticos cada vez mais
frequentes e devastadores. Pelo visto, pouco se aprendeu com as cenas
dramáticas que comoveram o Brasil.
Dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostram que, de 2.977 cidades de estados que registraram desastres climáticos nos últimos anos, a maioria (60%) não tem planos de risco ou de contingência, como mostrou reportagem do GLOBO. O levantamento inclui municípios de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Espírito Santo. Na Bahia, de 417 prefeituras, apenas 25 (6%) produziram planos de riscos. Mesmo no Rio Grande do Sul, que guarda cicatrizes do dilúvio, de sete municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre atingidos pelas cheias, apenas dois se prepararam.