Acordo entre PCC e CV requer resposta unificada do Estado
O Globo
Combater aliança entre duas maiores facções
criminosas do país exige coordenação do governo federal
Se o poder público precisava de argumento
mais forte para articular a integração entre os governos federal, estadual e
municipal no combate ao crime, não precisa mais. O acordo entre o Primeiro
Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), depois de quase dez anos de
guerra, é razão suficiente para que a Federação se articule para enfrentar a
ação coordenada das duas maiores facções criminosas do país.
Segundo mensagens interceptadas pelas forças de segurança, o motivo alegado para que as duas facções passem a atuar em conjunto — prova do acordo entre as quadrilhas — é a tentativa de flexibilizar o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) a que estão submetidos seus chefes nas prisões federais de segurança máxima. Eles ficam em celas individuais monitoradas, têm direito a duas horas por dia de banho de sol, sem acesso a jornais, revistas, televisão, rádio ou telefone celular. Também não podem manter contato físico nas visitas de familiares. Mas evidentemente há um interesse muito maior: coordenar as atividades do crime organizado em todo o país.