Segundo governo Trump exigirá equilíbrio do Brasil
O Globo
País deve buscar novos canais de comunicação,
explorar interesses mútuos e reduzir potenciais danos
O segundo mandato de Donald Trump,
que começa nesta segunda-feira, causa ansiedade. As promessas e ameaças feitas
na campanha e depois da eleição, se cumpridas à risca, têm o potencial de
causar mudanças radicais. Na economia, Trump falou na imposição de tarifas de
importação a China e países aliados, como México e Canadá. O compromisso de
deportar 15 milhões de imigrantes talvez seja de difícil execução, mas não há
dúvida de que o número de pessoas expulsas dos Estados Unidos crescerá.
Nas relações exteriores, na política fiscal, na administração da máquina
pública, em diferentes esferas Trump promete uma revolução. Muitas mudanças
terão repercussões globais por canais como o mercado financeiro. Temperamental
e com apoio do Congresso, o novo presidente promete ser sinônimo de
instabilidade.
Diante desse cenário, o governo brasileiro deve buscar canais de comunicação, explorar interesses comuns e trabalhar para diminuir impactos negativos. Alimentar preconceitos ideológicos só provocará ruído. A melhor estratégia será buscar a construção de pontes onde for possível. O Brasil é um dos maiores mercados externos para uma quantidade grande de empresas americanas, inclusive belicosas plataformas digitais. É do interesse comum que essas companhias sigam investindo na expansão dos negócios.